sábado, 28 de abril de 2018

Política do Voto Nulo NÃO é Anti Democrática - É uma das formas de pressionarmos por 'Relação Política 4.0'

    Durante a leitura do artigo sobre * Fim do Teste da Renda Básica na Finlândia *  (recomendo a leitura) [1] me deparei com o texto copiado abaixo (de 1792!!) que reforça minha ação política de * negar qualquer forma de representatividade {a} e empenhar-me em Ações Políticas de Solução Local de Problemas e Propostas de, assim como temos feito nas áreas comerciais, financeiras, tributárias, etc., também eliminarmos os Intermediários / 'Representantes' na área da Gestão da Convivência (Política), utilizando Ação Direta dos Cidadãos, via WEB [2]:

{a} [por comodidade (menos tempo perdido que para justificar ausência) vou até a urna e voto NULO (demonstrando minha insatisfação com o sistema eleitoral)] 

"___
Grande parte da ordem que reina na humanidade não é efeito do governo. Tem sua origem nos princípios da sociedade e na constituição natural do homem. Existia antes do governo e continuaria existindo se a formalidade do governo fosse abolida. A dependência mútua e o interesse recíproco da cada homem com respeito aos outros e que todas as partes de uma comunidade civilizada tem umas em relações às outras criam um grande encadeamento que a mantém unida. 

(…) O interesse comum regula suas preocupações e forma a sua lei, e as leis ordenadas pelo uso comum tem maior influencia do que as leis do governo. Em síntese, a sociedade executa por si mesma quase tudo o que é atribuído ao governo.

(…) Existe uma aptidão natural no homem, e mais ainda na sociedade porque esta abrange uma maior variedade e recursos para se ajustar a qualquer situação em que se encontre. No momento em que o governo formal é abolido, a sociedade começa a atuar. Uma associação geral tem lugar, e o interesse comum produz a segurança comum.

A afirmação de que a abolição do governo formal signifique a dissolução da sociedade está tão longe da verdade pretendida quanto a de que o governo promova um impulso contrário, produzindo uma união ainda maior da sociedade.

Toda aquela parte de sua organização que a sociedade havia confiado ao governo é outra vez a ela incumbida e age por seu intermédio. Quando os homens tanto por força do instinto natural quanto pelos benefícios recíprocos, se habituam a vida social e civilizada, na prática sempre há o bastante dos princípios dessa vida para ajudá-los enquanto realizam as transformações que julgam necessárias ou convenientes fazer em seus governos. Em suma, o homem é tão naturalmente uma criatura da sociedade que é quase impossível colocá-lo fora dela.

(…) É dos grandes e fundamentais princípios da sociedade e da civilização — do uso comum consentido universalmente e mútua e reciprocamente preservado, do incessante fluxo do interesse que passando através de um milhão de canais, fortalece a massa total de homens civilizados — é de todas as coisas, infinitamente mais que de qualquer coisa que possa fazer mesmo o melhor dos governos instituídos, que dependem a segurança e prosperidade do indivíduo e do todo.

Quanto mais perfeita for a civilização, menos necessitará de governo, porque regulará melhor seus próprios assuntos e governará melhor a si mesma; mas tão contraria à razão é a prática dos governos antigos que seus gastos crescem na proporção em que deveriam diminuir. São apenas umas poucas leis gerais que a vida civilizada exige, e são leis de utilidade tão comum que, quer sejam impostas pelas formas de governo quer não, o efeito será quase o mesmo. 

Se examinarmos quais os princípios que primeiramente concentram os homens na sociedade e quais são posteriormente os motivos que regulam suas relações mútuas, descobriremos, quando chegarmos ao que é chamado governo, que quase todo o processo é realizado pelo funcionamento natural das partes umas sobre as outras.

Com relação a todas estas questões, o homem é uma criatura mais consistente do que ele mesmo sabe ou do que os governos desejariam que ele acreditasse. Todas as grandes leis da sociedade são leis da natureza. As do intercambio e do comercio, das relações entre indivíduos ou nações são leis de interesses mútuos e recíprocos. São seguidas e obedecidas porque agir assim é do interesse das partes, e não porque seus governos possam impor ou interpor alguma lei formal.”

___"
*Thomas Paine, os Direitos do Homem 1792.*- Thomas Paine versus Edmund Burke. O direitos dos vivos contra o direitos dos mortos

Thomas Paine foi um político britânico, além de panfletário, revolucionário, inventor, intelectual e um dos Pais Fundadores dos Estados Unidos da América.[1] Viveu na Inglaterra até os 37 anos, quando imigrou para as colônias britânicas na América, em tempo de participar da Revolução Americana. Suas principais contribuições foram os amplamente lidos Common Sense (1776), advogando a independência colonial americana do Reino da Grã-Bretanha, e The American Crisis (1776–1783), uma série de panfletos revolucionários.

Depois, Paine influenciou bastante a Revolução Francesa. Escreveu Rights of Man (1791), um guia das ideias Iluministas. Mesmo não falando francês, foi eleito para a Convenção Nacional Francesa em 1792.  (...)

______
NOTAS:

[1] * O fim da experiência da renda básica na Finlândia  *


[2] * "Você faz as leis. NÃO os partidos políticos. NÃO os representantes" *
De uma proposta de Democracia Direta Digital que uso como 'modelo de trabalho conceitual'.

     SAIBA MAIS:
     * Internetocracia - Brasil -  4 de maio de 2012 *


     * A Era que está Nascendo: da Internetocracia (1a. parte)  4 de maio de 2012 *

segunda-feira, 16 de abril de 2018

#Síria? 3a.Guerra Mundial?# Vídeo de 10 minutos muito esclarecedor sobre as Causas Reais do que ocorreu - e vem acontecendo - na "Milenar Ponte Ocidente-Oriente": o Oriente Médio...



Vídeo de 10 minutos muito esclarecedor sobre as Causas Reais do que ocorreu - e vem acontecendo - na "Milenar Ponte Ocidente-Oriente": o Oriente Médio ....

#WHYSYRIA  

A Crise da Síria bem contada em 10 minutos e 15 mapas HD Legendado em português


A crise da Síria contada em 10 minutos e 15 mapas - em português dublado

"Se desejar Entender o Presente,
..Pesquise o Passado."

Deixaremos de Agir como Gorilas Tecnológicos  [1]?

Ou MORREREMOS - como Espécie - porque Somos Fiéis ao Como Temos Sido 

("Somos Assim" => Agimos Assim - Sempre? 
Sem refletir - Nunca? - nas Consequências de Nossas Ações?)

[1] os da série Planeta dos Macacos (seu Passado, explicado nos filmes recentes, esclarece suas Ações, também!)

"Loucura é repetir sempre as mesmas ações e esperar resultados diferentes."  
- Albert Einstein


Para os que preferirem Entender o Presente Pesquisando o Passado Bíblico:


Isaías 17 O Livro (OL)
Profecia contra Damasco

https://www.biblegateway.com/passage/?search=Isa%C3%ADas%2017&version=OL&interface=amp

sábado, 2 de abril de 2016

O VERDADEIRO GOLPE (do qual temos sido vitimas frequentes): Ponte para o Futuro (QUAL?) O Plano para um Governo Acuado pelo Sistema Financeiro (Seja Dilma / Temer ou ?)
















"EM PRIMEIRO LUGAR:" [!?] [Sempre socializar prejuízos?]

- "acabar com as {{{vinculações constitucionais estabelecidas}}}, como no caso dos {{{ gastos com saúde e com educação}}}"

- "aposentadoria: idade mínima que não seja inferior a 65 anos para os homens e 60 anos para as mulheres

- fim de todas as indexações, seja para salários, benefícios previdenciários e tudo o mais.

- primeiro objetivo de uma política de equilíbrio fiscal é interromper o crescimento da dívida pública [$ antes do Social]

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>>> "Sua solução será muito dura para o conjunto da população, terá que conter medidas de emergência:

- "As despesas públicas primárias, ou não financeiras, têm crescido sistematicamente acima do crescimento do PIB, a partir da Constituição de 1988. [Pág 6/19 3o. parágrafo] [C1]

- "... em primeiro lugar acabar com as {{{vinculações constitucionais estabelecidas}}}, como no caso dos {{{ gastos com saúde e com educação,}}} [Pág 9/19 2o. parágrafo] [C2]

- "Outro elemento para o novo orçamento tem que ser o fim de todas as indexações, seja para salários, benefícios previdenciários e tudo o mais. A cada ano o Congresso, na votação do orçamento, decidirá, em conjunto com o Executivo, os reajustes que serão concedidos. A indexação dos gastos públicos agrava o ajuste em caso de alta inflação. [Pág 10/19 1o. parágrafo] [C3]

- "... é preciso introduzir, mesmo que progressivamente, uma idade mínima que não seja inferior a 65 anos para os homens e 60 anos para as mulheres, com previsão de nova escalada futura dependendo dos dados demográficos.

- "O primeiro objetivo de uma política de equilíbrio fiscal é interromper o crescimento da dívida pública, num primeiro momento, para, em seguida, iniciar o processo de sua redução como porcentagem do PIB. O instrumento normal para isso é a obtenção de um superávit primário capaz de cobrir as despesas de juros menos o crescimento do próprio PIB. A reforma fiscal permitirá, não apenas controlar a trajetória explosiva da dívida pública, bem como contribuirá para a redução da taxa de inflação e a redução da taxa de juros e do custo da dívida." [C4]
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Comentários:

[C1] **** [E as financeiras, não cresceram? Muito mais!]

[C2] **** ['A cada ano a sociedade e o parlamento elegem suas prioridades, conforme os recursos e as necessidades' - com a estrutura de "representatividade" atual ($1 = 1 voto dos financiados pelo Mercado) como a Sociedade pode atribuir ao Parlamento definir os perdedores / ganhadores do Orçamento? Com as vinculações já há um imenso desequilíbrio entre Despesas Sociais (minimas) e Serviço da Divida (mais de 40% do Orçamento)! Como será sem elas?]

[C3] **** [As obrigatoriedades da Lei de Responsabilidade Fiscal para GARANTIR OS GANHOS DO SISTEMA FINANCEIRO serão retiradas?]

............"A cada ano o Congresso, na votação do orçamento, decidirá, em conjunto com o Executivo, os reajustes que serão concedidos. A indexação dos gastos públicos agrava o ajuste em caso de alta inflação. Nunca devemos perder de vista que a maioria da sociedade não tem suas rendas indexadas, dependendo sempre do nível de atividade econômica para preservar seu poder de consumo. A indexação das rendas pagas pelo Estado realiza uma injusta transferência de renda, na maioria das vezes prejudicando as camadas mais pobres da sociedade. 

Quando a indexação é pelo salário mínimo, como é o caso dos benefícios sociais, a distorção se torna mais grave, pois assegura a eles um aumento real, com prejuízo para todos os demais itens do orçamento público, que terão necessariamente que ceder espaço para este aumento. Com o fim dos reajustes automáticos o Parlamento arbitrará, em nome da sociedade, os diversos reajustes conforme as condições gerais da economia e das finanças públicas.

Em contrapartida a este novo regime, novas legislações procurarão exterminar de vez os resíduos de indexação de contratos no mundo privado e no setor financeiro." [Pág 10/19 1o. parágrafo]

[C4] **** [As Despesas Sociais serão "desvinculadas" por Lei (Congresso). As Despesas Financeiras serão auto reguladas pelo Sistema de Mercado (Leia-se Mercado Financeiro - o principal Financiador de Campanhas de Políticos. Alguém tem dúvidas de quem ganhará neste novo(?) modelo de solução de conflitos distributivos do Orçamento?]

..........."Juros e dívida pública
A dívida pública brasileira já se situa em torno de 67% do PIB, com tendência de seguir crescendo, podendo chegar, na ausência de reformas estruturais, a 75% ou 80% ainda no atual governo. 

Os países europeus e os Estados Unidos têm uma dívida muito mais alta, especialmente após a crise de 2008, que levou esses países a aumentar o gasto público em proporções inéditas na história do capitalismo. Tanto os Estados Unidos como a França, a Inglaterra e a Itália têm dívidas maiores que o total do PIB. 

Mas entre nós e eles existe uma diferença que muda toda a história. Para títulos de 10 anos, o tesouro americano para um juro nominal de 2,30% ao ano, quase zero em termos reais. A França, a Inglaterra e a Itália pagam praticamente a mesma coisa. O Japão, para uma dívida que é maior do que o dobro do PIB, paga 0,49% de juros. Mesmo os emergentes pagam um preço menor do que nós; a Índia paga 8,19% e a Rússia, 9,98. ====> Nós pagamos juros de 14%. [Por quê?]

A este preço nossa dívida pública vai custar 8% do PIB em 2015, e, durante pelo menos as duas últimas décadas, a conta nunca foi inferior a 5% do PIB. [Pág 13/19 3o. parágrafo]

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Trechos destacados do documento [Recomendo a LEITURA COMPLETA antes que seja muito tarde...]:

Uma Ponte para o Futuro - PMBD - Fundação Ulysses Guimarães - Brasília, 29 de outubro de 2015

[CONSENSO FABRICADO PELA MÍDIA:] Todas as iniciativas aqui expostas constituem uma necessidade, e quase um consenso, no país. 
A inércia e a imobilidade política têm impedido que elas se concretizem. 
Pág [2/19]

[CRISE PARA QUEM?:] O Brasil encontra-se em uma situação de grave risco. Após alguns anos de queda da taxa de crescimento, chegamos à profunda recessão que se iniciou em 2014 e deve continuar em 2016. Dadas as condições em que estamos vivendo, tudo parece se encaminhar para um longo período de estagnação, ou mesmo queda da renda per capita. O Estado brasileiro vive uma severa crise fiscal, com déficits nominais de 6% do PIB em 2014 e de inéditos 9% em 2015, e uma despesa pública que cresce acima da renda nacional, resultando em uma trajetória de crescimento insustentável da dívida pública que se aproxima de 70% do PIB, e deve continuar a se elevar, a menos que reformas estruturais sejam feitas para conter o crescimento da despesa. 

Estagnação econômica e esgotamento da capacidade fiscal do Estado não são fenômenos circunscritos apenas à esfera econômica. São fontes de mal-estar social e de conflitos políticos profundos. 

Entre nós o fenômeno pode ocorrer em um grau amplificado, pois partimos de um ponto em que o Estado, embora grande, não presta os serviços que parece prometer e a economia, ainda pobre ou de renda média, está longe de oferecer oportunidades e renda adequada para a maioria absoluta da população. Como agravante temos um sistema político sem raízes profundas na sociedade, muito fragmentado, sem articulação e com baixa confiança da população. 
[Pág 3/19]

Nosso desajuste fiscal chegou a um ponto crítico. [[Sua solução será muito dura para o conjunto da população, terá que conter medidas de emergência ]], mas principalmente reformas estruturais. É, portanto, uma tarefa da política, dos partidos, do Congresso Nacional e da cidadania. Não será nunca obra de especialistas financeiros, mas de políticos capazes de dar preferência às questões permanentes e de longo prazo. É também uma tarefa quase heroica que vai exigir o concurso de muitos atores, que precisarão, pelo tempo necessário, deixar de lado divergências e interesses próprios, mesmo que tenham que retomá-los mais adiante.

Nos últimos anos é possível dizer que o Governo Federal cometeu excessos, seja criando novos programas, seja ampliando os antigos, ou mesmo admitindo novos servidores ou assumindo investimentos acima da capacidade fiscal do Estado. 
[Pág 5/19]

[QUAIS LOBISTAS CONTROLARÃO O ORÇAMENTO?] Foram criadas despesas obrigatórias que têm que ser feitas mesmo nas situações de grande desequilíbrio entre receitas e despesas, e, ao mesmo tempo, indexaram-se rendas e benefícios de vários segmentos, o que tornou impossíveis ações de ajuste, quando necessários. Durante certo tempo houve espaço para a expansão da carga tributária e evitaram-se grandes déficits. Como também houve um certo crescimento econômico que permitiu aumento das receitas fiscais. O crescimento automático das despesas não pode continuar entronizado na lei e na Constituição, sem o que o desequilíbrio fiscal se tornará o modo padrão de funcionamento do Estado brasileiro. [Pág 7/19] -[Comentário: Por que as despesas obrigatórias tem que ser apenas com o Sistema Financeiro - Divida?]

O orçamento público numa sociedade em que os gastos públicos representam mais de 40% da renda nacional é a principal arena para os conflitos distributivos, onde os diferentes interesses, inclusive os mais legítimos, lutam para se apropriar de maior parcela de recursos. Num país em que o sistema político é visto com desconfiança, os diversos grupos de interesse tratam de esquivar-se das incertezas do orçamento anual, tratando de inscrever na pedra da Constituição as suas conquistas, reservando-as das mudanças nas inclinações políticas ou mesmo das incertezas da conjuntura econômica. 

No Brasil, a maior parte do orçamento chega ao Congresso para ser discutido e votado, com a maior parte dos recursos já previamente comprometidos ou contratados, seja por meio de vinculações constitucionais, seja por indexação obrigatória dos valores. Assim, a maior parte das despesas públicas tornou- se obrigatória, quer haja recursos ou não. Daí a inevitabilidade dos déficits, quando os recursos previstos não se realizam, ou porque as receitas foram superestimadas, ou porque houve retração na atividade econômica, e, portanto perda de receitas. Os esforços de ajuste, quando estes são requeridos, acabam se concentrando numa parcela mínima do orçamento, o que torna o ajuste mais difícil e menos efetivo. Esta é uma das razões principais porque as despesas públicas tem crescido sistematicamente acima do PIB. Enquanto as receitas também cresciam neste ritmo, a situação parecia controlada. Hoje o aumento sem limite da carga tributária não é mais uma possibilidade!

O orçamento é a peça mais importante de uma legislatura. Para este fim é que os parlamentos foram criados no moderno Estado de direito. E assim continua sendo na maioria das grandes democracias modernas. Se quisermos atingir o equilíbrio das contas públicas, sem aumento de impostos, não há outra saída a não ser devolver ao orçamento anual a sua autonomia. A cada ano a sociedade e o parlamento elegem suas prioridades, conforme os recursos e as necessidades. Se houver erro, poderá ser corrigido no ano seguinte e não perdurar para sempre. 

Para um novo regime fiscal, voltado para o crescimento, e não para o impasse e a estagnação, precisamos de novo regime orçamentário, com o fim de todas as vinculações e a implantação do orçamento inteiramente impositivo. A despesa orçada terá que ser executada, sem ressalvas arbitrárias, salvo em caso de frustração das receitas, caso em que se aplicarão às despesas um limitador médio, com índices previamente aprovados pelo Congresso podendo ser variáveis, mas produzindo sempre uma redução final suficiente para o equilíbrio, ao longo do ciclo econômico. [Pág 8 e 9 /19] 

[Comentário: 'A cada ano a sociedade e o parlamento elegem suas prioridades, conforme os recursos e as necessidades' - com a estrutura de "representatividade" atual ($1 = 1 voto dos financiados pelo Mercado) como a Sociedade pode atribuir ao Parlamento definir os perdedores / ganhadores do Orçamento? Com as vinculações já há um imenso desequilíbrio entre Despesas Sociais (minimas) e Serviço da Divida (mais de 40% do Orçamento)

Como será sem elas?]

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Ao contrário do que dizem os MERCADORES DA MORTE, os MISSIONÁRIOS ACADÊMICOS / MIDIÁTICOS da RELIGIÃO DE WALL STREET, que SATURAM praticamente toda a IMPRENSA com sua VISÃO DO CAMINHO ÚNICO DO MERCADO, e DEMONIZAM como revolucionários ingênuos, sonhadores ou diabólicos ladrões da 'prosperidade do mercado' - O ÚNICO E VERDADEIRO DEUS - qualquer pessoa que tente questionar suas "verdades inquestionáveis",

EXISTEM ALTERNATIVAS - pois o Atual Mecanismo de Acesso e Troca de Bens e Serviços é uma tecnologia humana e, como tal, imperfeita e passível de APRIMORAMENTO, EVOLUÇÃO.

Dinheiro- o 'Sistema Circulatório da Economia de Mercado'
--- " Não há falta de comida no mundo. 
--- O que ocorre é que um grande número de seres humanos NÃO TEM DINHEIRO PARA COMPRAR COMIDA! " (não têm como ser atendidos pelo atual Mecanismo de Acesso e Trocas de Bens e Serviços - o Sistema de Mercado)

Algumas das propostas, em estudo e / ou pilotos de implantação, para superar as limitações do atual Mecanismo de Acesso e Trocas de Bens e Serviços (Sistema de Mercado):...


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NA IMAGEM:

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Uma Ponte para o Futuro - PMBD - Fundação Ulysses Guimarães - Brasília, 29 de outubro de 2015

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Capitalismo Parasitário (2010) - Bauman, Zygmunt - Zahar 
O aclamado sociólogo Zygmunt Bauman lança nesse novo livro o seu olhar crítico sobre temas variados do mundo contemporâneo: cartões de crédito, anorexia, bulimia, a crise financeira de 2009 e suas possíveis soluções, a inutilidade da educação nos moldes atuais, a cultura como balcão de mercadorias... Todos são fenômenos que colaboram para o mal-estar dominante em nossas sociedades, e estão brilhantemente relacionados ao conceito de liquidez desenvolvido pelo sociólogo. 

Resumo: 
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Vida para Consumo (2008) - A Transformação das Pessoas em Mercadoria - Bauman Zygmunt - Zahar
Zygmunt Bauman nos revela a verdade oculta, um segredo bem guardado da sociedade contemporânea: a sutil e gradativa transformação dos consumidores em mercadorias. As pessoas precisam se submeter a constantes remodelamentos para que, ao contrário das roupas e dos produtos que rapidamente saem de moda, não fiquem obsoletas. Bauman examina ainda o impacto da conduta consumista em diversos aspectos da vida social: política, democracia, comunidades, parcerias, construção de identidade, produção e uso de conhecimento. E não esquece de analisar como esta característica parece evidente no mundo virtual: redes de relacionamento, como Orkut e MySpace, não trabalham com a idéia do homem como produto?

Resumo (Comunidade Virtual de Antropologia):

A VIDA PARA CONSUMO
"Bush sugeriu, após o 11/09: 'fazer luto'?-'rezar'?-'ter esperança'? Não. Ele disse para 'comprarmos'!

Assista (11 minutos):
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MONOPOLY ou BANCO IMOBILIÁRIO: jogos de tabuleiro - uma das mais antigas e eficazes FERRAMENTAS DE DOUTRINAÇÃO de jovens e adultos para os RITUAIS COMPETITIVOS da IDEOLOGIA DE WALL STREET: 'Só deve restar UM: o Ganhador. Aquele que TOMA todas as PROPRIEDADES dos outros jogadores.' Jogo sem espaço para alianças ou cooperação, possíveis até em jogos de guerra, como WAR!

Diferenças entre o Monopoly e o Banco Imobiliário:

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VER TAMBÉM:
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Internetocracia - Brasil - 26 de setembro de 2015
'ESTE' AJUSTE FISCAL = ARROCHO SOCIAL! NOVAMENTE?? - Vamos construir uma alternativa de Ajuste Fiscal Democrática e JUSTA?
--- Servidores Federais: Fórum que representa 90% da categoria prepara reação a adiamento de reajuste salarial e corte de abono, em 2015
--- Secretário de Alckmin diz que docentes não terão reajuste em 2015

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Internetocracia - Brasil - 25 de outubro de 2015 
**** PROGRAMA DE TRANSFERÊNCIA DE RENDA, DE DÉCADAS, NÃO DEBATIDO NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO. ****
------ "Não há mais como escamotear, a inexplicável política de juros altos praticada no Brasil é resultado de luta de classes. E a classe dos banqueiros tem vencido sistematicamente. Não se trata nem mais de uma questão técnica, mas política."

------ "Como na lenda do Minotauro, juros são tributo imposto à sociedade brasileira pelos mais ricos. Como eles paralisam o país e o tornam mais desigual. Por que é possível vencê-los."

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Internetocracia - Brasil - 8 de novembro de 2015
Saiba porque o seu DIREITO A UMA APOSENTADORIA DIGNA está sob ataque (“A partir do Governo Collor, a reforma da Previdência (reduzir direitos dos segurados e enfraquecer o sistema) passou a constar das agendas de todos os governos, até o governo atual”)

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Internetocracia - Brasil - 8 de novembro de 2015
Auditoria Cidadã da Dívida:
? ? ? ? ? Jornalismo compactua com elite financeira—por quê?

--- "Os bancos e as agências de risco tornaram-se os ditadores do Ocidente. Exatamente como os Mubaraks e Ben Alis, os bancos acreditaram – e disso continuam convencidos – que seriam proprietários de seus países.

--- As eleições no Ocidente – que deram poder aos bancos e às agências de risco, mediante a colusão de governos eleitos – tornaram-se tão falsas quanto as urnas que os árabes, ano após ano, eram obrigados a visitar, décadas a fio, para ‘eleger’ os proprietários deles mesmos, de sua riqueza, de seu futuro.

--- Goldman Sachs e o Real Banco da Escócia converteram-se nos Mubaraks e Ben Alis dos EUA e da Grã-Bretanha, cada um e todos esses dedicados a afanar a riqueza dos cidadãos, garantindo ‘bônus’ e ‘prêmios’ aos seus próprios gerentes pervertidos. Isso se fez no Ocidente, em escala infinitamente mais escandalosa do que os ditadores árabes algum dia sonharam que fosse exequível."



"Os dados da policia federal que apareceram nos jornais da grande mídia, mostraram que entre 2002 e 2012, saíram dos cofres públicos, a titulo de corrupção, aproximadamente R$ 51 bilhões, muito dinheiro. Eu fiz a soma dos pagamentos de juros e amortizações, no mesmo período, saíram dos cofres públicos, mais de R$ 7 trilhões, quase 140 vezes o valor da corrupção. Não que a corrupção não deva ser enfrentada, mas fica claro que a corrupção do varejo é só uma cortina de fumaça. A grande corrupção que não é enfrentada, nem disseminada na grande mídia, chama-se Dívida Pública. "

"As GRANDES CORPORAÇÕES desse país devem mais de R$ 1,5 trilhões em tributos, de acordo com os dados da Receita Federal, que se pagos poderiam melhorar e muito a nossa vida. Isso é corrupção?"

"Todos falam que devemos respeitar a Constituição. O art. 26 ADCT, fala em criar uma comissão mista ( Câmara e Senado) para realizar uma Auditoria na dívida externa, um ano após a promulgação da CF/1988, já se passaram mais de 27 anos, nada foi feito. Causando um enorme prejuízo a nação e sua população. Isso é corrupção?"

"Montanhas de dinheiro são desviados para os paraísos fiscais, a título de esconder dinheiro ou lavar dinheiro. Sabem quem faz isso, as GRANDES CORPORAÇÕES desse país, que hoje apontam o dedo para acusar de corrupção o governo. Isso é corrupção?"

"Tem um suspeita, que já foi enviada ao STF. Comprovada pelo prof Adriano Benayon, através de uma estudo denominado: Anatomia de uma fraude a Constituição - O artigo 166 da CF, de acordo com o estudo, comprovante que esse artigo na linha "b" que garante o pagamento da dívida pública, não foi votado no primeiro turno, entanto como se fosse um contrabando, na redação final. Leia o artigo, encontrasse da prof Google. Isso é corrupção?"

"O Sistema cria mitos, que repetidos inúmeras vezes na grande mídia, torna-se verdade. É o caso da Previdência Social, que a mídia alardei o seu grande déficit. No estudo da Anfip, entre 2005 e 2014, a Previdência Social teve um superávit de mais de R$ 500 bilhões. Mas se isso for admitido, os governos teriam que melhorar o salário mínimo, aposentadorias e etc. Mas o principal objetivo desse ataque é capturar o segundo maior orçamento da União. Na realidade a Seguridade Social está formada em um tripé: Previdência Social - 21,76% - Assistência Social - 3,08% e Saúde - 3,98%. Totalizando 28,82%, que representaria mais de R$ 600 bilhões em 2014, por exemplo. É atrás dessa quantia que o grande Capital captura o Estado e obrigada sacrificar o povo para garantir mais lucratividade."

"Gostaria que vocês respondessem essas poucas indagações e se vocês não se der por satisfeito com os fatos, posso enviar mais argumentos ratificando como esse processo neoliberal está sendo instalado no Brasil. Um abraço, sem rancor. Isso não é briga édebate.

Precisamos aprofundar nossa visão, para que não caiamos na vala comum."

Paulo Lindesay - Membro da Auditoria Cidadã RJ


          Auditoria Cidadã da Dívida - GRUPO

sábado, 13 de setembro de 2014

No caminho da Tirania Corporativa - Como as corporações e os seus agentes políticos estão destruindo o sonho americano


CAPÍTULO V 
No caminho da Tirania Corporativa 

Esta cultura representa a realização de um velho ideal de gestão: obter um consentimento universal, não através da força pura e simples, mas com a criação de um ambiente que tornaria impossível a dissidência.
—Mark Crispin Miller

Embora raramente discutido em nossos fluxos hegemônicos de notícias [mainstream: Mídia Corporativa], há uma disputa épica e furiosa de poder, dentro dos Estados Unidos, que coloca a elite corporativa contra os defensores da democracia. Para a elite, os frutos da vitória são muito mais do que apenas os elevados postos de comando da economia global; é todo o nosso sistema político. Isto levanta a pergunta simples: Por que a elite corporativa quer ou precisa de mais poder?

Afinal, eles já desfrutam de salários exorbitantes, os mais altos do mundo livre, enquanto o valor total de suas empresas - abrangendo todo o planeta - excede a de muitos Estados soberanos. Enquanto isso, o mercado de ações, apesar de um mercado de trabalho que está se debatendo, está fazendo um tremendo negócio. No entanto, os mestres do universo ainda não estão contentes.

Por que os líderes de negócios dos Estados Unidos sentem a necessidade de controlar o nosso processo político também? Por que eles devem controlar todo o jogo?

Em relação ao acúmulo de poder, uma coisa é clara: Estes indivíduos nunca estarão satisfeitos, e sua sede de maior influência nunca se apagará. Isso porque quanto mais poder e influência um determinado grupo adquire, mais deseja e necessita. De um ponto de vista maquiavélico, isso é compreensível uma vez que qualquer grupo que acumula autoridade excessiva em breve se tornará o alvo da suspeita e até mesmo repugnância do resto sociedade, que inerentemente entende os perigos da obtenção, por um grupo, de poderes absolutos.

A usurpação do poder que estamos testemunhando hoje, no entanto, é de uma natureza muito mais sutil do que em outros períodos da história. Hoje, a batalha está ocorrendo sem tanta visibilidade, como um tiroteio por trás das portas fechadas do Congresso e dos tribunais, onde os nossos representantes governamentais, vendendo-se como prostitutas baratas para lobistas corporativos, tem destruído qualquer noção de democracia.

A infinita sabedoria de nossa sagrada Constituição está sendo minado por um sistema político que tanto defende quanto é dependente do poder corporativo. Com a Suprema Corte sob as suas asas, nossos super senhores [overlords] políticos e empresariais estão colocando o máximo de espaço possível entre eles e o processo democrático. O povo americano, apesar de alguns bolsões de resistência mais obstinados, são impotentes diante desse sequestros.

Ao mesmo tempo, a comunidade dos jornalistas - membros do chamado Quarto Poder, cuja função é soar o alarme sobre os ataques contra a sociedade civil - são amplamente empregadas pelas mesmas forças das empresas que estão destruindo nossa sociedade. Com exceção de alguns corajosos empreendedores privados, a elite corporativa controla todo o ambiente social e cultural. Através de suas vastas propriedades de mídia, só eles decidem o que é e o que não é importante para a discussão e o debate público.

Eles inundam os mercados de mídia com entretenimento estúpido - de músicas a filmes e revistas - que servem principalmente para perturbar, degradar intelectualmente  e distrair de questões cruciais. Eles nos lembram repetidamente sobre a ameaça terrorista, enquanto a ameaça real para a nossa sociedade continua a rondar Wall Street como uma matilha de lobos raivosos, preparando o bote para sua próxima matança fácil. As pessoas da América, outrora orgulhosas e auto-suficientes, tornaram-se tão sobrecarregadas com assuntos supérfluos que não conseguem reconhecer os seus novos senhores, os senhores corporativos, que nos fornecem alegremente tudo sob o sol - inclusive muitas de nossas próprias opiniões - tudo para nos escravizar.

Entretanto, como as contradições econômicas de nossa sociedade continuam a proliferar, estamos nos aproximando a cada dia de uma guerra de classes total. Aqueles que pensam que isso é um exagero (Warren Buffett e George Soros não pensam) só precisam considerar a forte presença de polícia paramilitar em todos os eventos financeiros globais e as medidas extremas tomadas para eliminar o debate democrático e a oposição.

Apesar de nossos líderes políticos e corporativos verem claramente que a sua agenda global é geralmente repugnante para a maioria das pessoas, isso não os impede de tentar reconstruir o Sonho Americano em conformidade com os interesses de sua própria classe limitada. Eventualmente esse caldeirão fervente de contradições, o qual é visível na desigualdade e na privação de direitos de milhões de americanos, deve explodir sua tampa a menos que seja permitido florescer uma nova visão política.

Tradução das páginas 129 a 131 de:

Midnight in the American Empire: How Corporations and Their Political Servants are Destroying the American Dream2012 Robert Bridge
Meia-noite no Império Americano Como as corporações e os seus agentes políticos estão destruindo o sonho americano2012 Robert Bridge

Ver também tradução do Prefácio e Índice em:

2012 Robert Bridge: Meia-noite no Império Americano-Como corporações e seus agentes políticos estão destruindo o Sonho Americano // Deveria o Mundo dos Negócios ser separado da Política, como foi o caso com a separação entre Igreja e Estado?
http://poltica20-yeswikican.blogspot.com.br/2014/08/2012-robert-bridge-meia-noite-no.html

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

O Sequestro da América - Como as Corporações Financeiras Corromperam os Estados Unidos


Sinopse
Baseado em uma série de documentos judiciais recentemente divulgados, "O Sequestro da América" detalha a extensão dos crimes cometidos na especulação frenética que causou o crack em 2008. Defendendo a tese de que, a partir da administração Reagan, nos anos 1980, os dois maiores partidos políticos americanos se tornaram reféns da elite mais rica e voraz do país, o autor demonstra como a administração Clinton desmantelou os controles regulatórios que protegiam o cidadão médio dos financistas gananciosos; como a equipe de Bush destruiu a base da receita federal, com seus cortes de impostos grotescamente distorcidos a favor dos ricos; e como o primeiro governo de Obama permitiu que criminosos financeiros continuassem a operar sem controle, mesmo depois das supostas "reformas" implementadas após o colapso de 2008.

QUALQUER SEMELHANÇA COM NOSSA SITUAÇÃO (Brasil) ECONÔMICA E POLÍTICA É "MERA COINCIDÊNCIA"?!

Muitos livros já foram escritos sobre a crise financeira, mas há duas razões pelas quais decidi que ainda era importante escrever este.

A PRIMEIRA RAZÃO é que os caras maus escaparam e, surpreendentemente, houve pouco debate público a esse respeito. Quando recebi o Oscar de melhor documentário em 2011, eu disse: “Três anos após uma horrível crise financeira causada por fraude em massa, nenhum executivo financeiro foi para a cadeia. E isso é errado.” Questionados posteriormente sobre a falta de processos, altos funcionários do governo Obama responderam de maneira evasiva, sugerindo que não havia acontecido nada ilegal ou que as investigações prosseguiam. Nenhum dos principais candidatos republicanos à presidência levantou o assunto.

No começo de 2012 não havia ainda um único processo penal contra um alto executivo financeiro relacionado à crise financeira. Nem o governo federal fez qualquer tentativa séria de usar ações civis, confisco de bens ou liminares para multar ou obter indenizações dos responsáveis por lançar a economia mundial na recessão. Não porque não tenhamos evidências de comportamento criminoso. Desde o lançamento do meu filme surgiu um grande volume de material novo, em especial a partir de processos particulares, que revela – por intermédio de trocas de e-mails e outras provas – que muitos banqueiros, incluindo altos administradores, sabiam exatamente o que estava acontecendo, e que isso era altamente fraudulento.

(...) Há hoje evidências esmagadoras de que ao longo dos últimos trinta anos o setor financeiro dos Estados Unidos se tornou um setor sem princípios. À medida que sua riqueza e seu poder aumentavam, ele subverteu o sistema político do país (incluindo os dois partidos políticos), o governo e instituições acadêmicas de modo a se livrar de controle externo. À medida que a desregulamentação avançou, o setor financeiro se tornou cada vez mais antiético e perigoso, gerando crises cada vez maiores e uma criminalidade cada vez mais flagrante. Desde os anos 1990 seu poder tem sido suficiente para proteger os banqueiros não apenas de uma regulamentação efetiva, mas da própria legislação penal. O setor financeiro é hoje um setor parasitário e desestabilizador que constitui um grande empecilho ao crescimento econômico americano.

Isso significa que processos penais não são apenas uma questão de vingança, ou mesmo de justiça. Punição de verdade para o crime financeiro em grande escala é um elemento vital da rerregulamentação financeira, que por sua vez é essencial para a saúde econômica e a estabilidade dos Estados Unidos (e do mundo). Regulamentação é bacana, mas a ameaça de prisão faz a pessoa se concentrar. Um conhecido especialista, o gângster Al Capone, disse uma vez: “Você pode ir muito mais longe na vida com uma palavra gentil e uma arma do que apenas com uma palavra gentil.” Se os executivos financeiros souberem que irão para a cadeia ao cometer grandes fraudes que ameacem a economia mundial, e que sua riqueza ilegal será confiscada, provavelmente terão uma tendência muito menor a cometer tais fraudes e causar crises financeiras globais. Então, uma razão para escrever este livro é apresentar em detalhes claros os argumentos para processos penais. Neste livro demonstro que muito do comportamento por trás da bolha e da crise foi literalmente criminoso, e que a falta de processos é quase tão ultrajante quanto o comportamento original do setor financeiro.

A SEGUNDA RAZÃO pela qual decidi escrever este livro foi que a ascensão das finanças predatórias é ao mesmo tempo causa e sintoma de uma mudança mais ampla e ainda mais perturbadora na economia e no sistema político dos Estados Unidos. O setor financeiro está no cerne de uma nova oligarquia que ascendeu ao poder nos últimos trinta anos, e que modificou profundamente a vida americana. Os capítulos finais deste livro são dedicados a analisar como isto aconteceu e o que significa.

A partir de 1980 a sociedade americana começou a passar por uma série de alterações profundas. Desregulamentação, redução da aplicação das leis antitruste e mudanças tecnológicas levaram a uma concentração crescente na indústria e nas finanças. O dinheiro começou a desempenhar um papel maior e mais corruptor na política. Os Estados Unidos ficaram atrás de outros países em educação, infraestrutura e no desempenho de suas principais indústrias. A desigualdade aumentou. Como resultado dessas e de outras mudanças, os Estados Unidos estavam se transformando em um jogo de cartas marcadas – uma sociedade que nega oportunidades aos que não são filhos de famílias ricas, uma sociedade que se assemelha mais a uma ditadura terceiro-mundista do que a uma democracia avançada.

(...) nos últimos trinta anos os Estados Unidos foram tomados por uma oligarquia financeira amoral, e o sonho americano de oportunidade, educação e mobilidade social está hoje em grande medida limitado ao pequeno percentual mais abastado da população. As políticas federais estão sendo cada vez mais ditadas pelos ricos, pelo setor financeiro e por outros setores poderosos (embora algumas vezes muito mal administrados) como telecomunicações, assistência médica, automobilístico e energético. Essas políticas são implantadas e louvadas pelos servos voluntários desses grupos, em especial a liderança cada vez mais comprada dos partidos políticos, da academia e da indústria do lobby americanos.

Caso não seja interrompido, esse processo transformará os Estados Unidos em uma sociedade decadente e injusta com uma população empobrecida, raivosa e ignorante sob o controle de uma pequena elite ultrarrica. Tal sociedade seria não apenas imoral, mas também instável e perigosamente fértil para o extremismo religioso e político.

Até o momento os dois partidos políticos foram muito inteligentes e eficazes em esconder essa nova realidade. De fato, os dois partidos criaram uma espécie inovadora de cartel – um acerto que chamei de duopólio político americano, e que analiso detalhadamente mais à frente. Os dois partidos mentem sobre o fato de que se venderam ao setor financeiro e aos ricos. Até agora eles tiveram bastante sucesso com a mentira, em parte ajudados pelo enorme volume de dinheiro que é gasto hoje com propaganda política enganosa e manipuladora. Mas isso não pode durar indefinidamente; os americanos estão ficando com raiva, e mesmo quando equivocadas ou mal informadas, as pessoas têm uma sensação profunda, visceral, de que estão sendo sacaneadas. Tanto o movimento conservador Tea Party quanto o Occupy Wall Street são pequenos sinais iniciais disso.

(...) Antes de entrarmos no cerne dessas questões, eu talvez devesse fazer um comentário sobre minhas convicções. Não sou contra empresas, lucros ou enriquecimento. 

Não tenho nenhum problema com pessoas ficando bilionárias – caso consigam isso vencendo uma disputa justa, caso suas realizações justifiquem isso, caso paguem sua parcela justa de impostos e caso não corrompam sua sociedade. As pessoas que fundaram a Intel ficaram muito ricas – e isso é ótimo. Elas tinham doutorado em física. Elas trabalharam muito duro. Trataram seus funcionários com justiça. E nos deram mil vezes mais do que tomaram. Em sua primeira década de operações, a Intel inventou microprocessadores e as três formas mais importantes de memórias de semicondutores. Um dos fundadores da Intel – Robert Noyce, que eu uma vez tive a honra de conhecer – foi ele mesmo um dos inventores do circuito integrado. Não tenho nenhum problema com o fato de que Bob Noyce, Gordon Moore e Andy Grove ganharam muito dinheiro. O mesmo vale para Larry Ellison, da Oracle; Steve Jobs e Steve Wozniak, da Apple; os fundadores de Google, eBay, Craigslist, Amazon e Genentech, e, a propósito, Warren Buffett.

Mas não foi assim que a maioria das pessoas citadas neste livro ficou rica. A maioria delas ficou rica por conta de boas ligações e falta de escrúpulos. E elas estão criando uma sociedade na qual se pode cometer crimes econômicos terrivelmente daninhos com impunidade, e na qual apenas os filhos dos ricos têm a oportunidade de fazer sucesso.

É com <ISSO> que eu tenho problemas. E acho que a maioria das pessoas concorda comigo.


(...) Para a maioria dos americanos, há muitos anos salários e renda familiar total têm se mantido estáveis ou diminuído. A crise financeira, a recessão e a recuperação” sem empregos que os Estados Unidos experimentaram desde 2008 são apenas a mais recente e pior provação de um processo que começou muitos anos antes. De fato, mesmo durante a prosperidade artificial da bolha financeira de 2001-2007 os salários dos americanos médios permaneceram estáveis ou diminuíram, enquanto a renda dos ricos disparou.

Nenhum outro país desenvolvido, nem mesmo a Grã-Bretanha com sua tradicional divisão social, chega perto das extremas desigualdades de renda e riqueza dos Estados Unidos em 2002. Entre 2001 e 2007, os anos da grande bolha financeira, o 1% superior das famílias americanas ficou com metade do crescimento total de renda do país. Não costumava ser assim; a mudança começou nos anos 1980. A parcela de renda tributável da camada superior de 1%, incluindo ganhos de capital, passou de 10% em 1980 para 23% em 2007. É a mesma percentagem que vigorara em 1928, e aproximadamente o triplo da parcela que o 1% mais alto detinha nos anos 1950 e 1960, quando os Estados Unidos tinham um crescimento econômico muito maior e nenhuma crise financeira. Com a queda violenta das ações desde a quebra financeira, a parcela do 1% superior caiu para “apenas” 17% em 2009, mas depois subiu novamente para cerca de 20%. Hoje a riqueza americana é ainda mais concentrada que a renda – o 1% mais rico dos americanos possui cerca de um terço de toda a riqueza líquida do povo americano, e mais de 40% de toda a riqueza financeira dos Estados Unidos. Isso é mais que o dobro da parcela detida pela camada inferior de 80% da população.5

Em consequência, nem todos sofreram na década anterior; CEOs, o setor financeiro, o de energia, lobistas e os filhos dos já ricos se saíram bem. Desde 2000 as quatro maiores petroleiras americanas acumularam mais de 300 bilhões de dólares em lucros excedentes – definidos como lucros acima da taxa de lucro da década anterior. Os bônus dos bancos de investimento foram enormes também – estimados em 150 bilhões de dólares ao longo da década. O salário anual médio dos banqueiros de Nova York, que hoje é de 390 mil dólares, permaneceu basicamente igual mesmo depois que o setor entrou em colapso em 2008.

O outro lado do aumento da desigualdade no país é um declínio obsceno e moralmente indefensável da justiça da sociedade americana – em educação, oportunidade de emprego, renda, riqueza e mesmo saúde e expectativa de vida. Com exceção das famílias ricas, as crianças nos Estados Unidos têm hoje menos educação que os pais, e irão ganhar menos dinheiro que eles. Ainda pior, as oportunidades e as vidas dos jovens americanos são cada vez mais determinadas pela riqueza dos pais, não por suas próprias capacidades ou seus esforços.

Muitos americanos sem dúvida ainda acreditam no sonho americano. É o caso de pensar por quanto tempo conseguirão sustentar essa ilusão, pois os Estados Unidos estão se transformando em um dos países industrializados mais injustos, mais rígidos e com menos mobilidade social. Nos Estados Unidos, hoje, a renda familiar tem peso de aproximadamente 50% para determinar as perspectivas econômicas de um filho durante a vida. Alemanha, Suécia e mesmo a França, com sua forte estrutura de classe, são hoje sociedades mais justas e com maior mobilidade social que os Estados Unidos – em média a renda familiar tem peso de apenas cerca de 30% na determinação do desempenho da geração seguinte. As sociedades realmente igualitárias com grande mobilidade são Canadá, Noruega, Dinamarca e Finlândia, onde a renda dos pais responde por apenas cerca de 20% dos ganhos de um filho durante a vida. Mesmo muitos países “em desenvolvimento”, como Taiwan e Coreia do Sul, têm hoje graus de oportunidade e igualdade superiores aos dos Estados Unidos.

(...) Pairando acima de tudo isso há uma impressionante, embora completamente cínica, inovação por parte dos políticos americanos: o duopólio político. Ao longo do último quarto de século os líderes dos dois partidos políticos aperfeiçoaram um sistema impressionante de permanecer no poder enquanto servem à nova oligarquia dos Estados Unidos. Ambos recebem um enorme volume de dinheiro, sob muitas formas – doações de campanha, lobbies, contratações pelo setor privado, favores e acesso especial de diversos tipos. Políticos dos dois partidos enriquecem e traem os interesses do país, incluindo a maioria das pessoas que votaram neles. Mas os dois partidos ainda conseguem apoio porque exploram habilmente a polarização cultural dos Estados Unidos. Os republicanos alertam os conservadores para os perigos de secularismo, impostos, aborto, bem-estar social, casamento gay, controle de armas e liberais. Os democratas alertam os social-liberais para os perigos de armas, poluição, aquecimento global, proibição do aborto e conservadores. Ambos os partidos fazem uma cena pública de como seus confrontos são ácidos e como seria perigoso que o outro partido chegasse ao poder, enquanto se prostituem com o setor financeiro, indústrias poderosas e os ricos. Assim, a própria intensidade das diferenças entre os dois partidos quanto a “valores” permite a eles cooperar no que diz respeito a dinheiro.

TRECHOS ACIMA EXTRAÍDOS DE:
Pages from FERGUSON_OSequestroDaAmerica_28-01-13

VER TAMBÉM:
Charles Ferguson: "O setor financeiro pode fazer estragos enormes"
O documentarista e escritor americano afirma que uma elite financeira “sequestrou” a política dos Estados Unidos. Para ele, nada mudou no país desde a crise de 2008
RODRIGO TURRER - 01/08/2014 07h01 - Atualizado em 01/08/2014 08h19


2012 Robert Bridge: Meia-noite no Império Americano-Como corporações e seus agentes políticos estão destruindo o Sonho Americano // Deveria o Mundo dos Negócios ser separado da Política, como foi o caso com a separação entre Igreja e Estado?