sábado, 13 de setembro de 2014

No caminho da Tirania Corporativa - Como as corporações e os seus agentes políticos estão destruindo o sonho americano


CAPÍTULO V 
No caminho da Tirania Corporativa 

Esta cultura representa a realização de um velho ideal de gestão: obter um consentimento universal, não através da força pura e simples, mas com a criação de um ambiente que tornaria impossível a dissidência.
—Mark Crispin Miller

Embora raramente discutido em nossos fluxos hegemônicos de notícias [mainstream: Mídia Corporativa], há uma disputa épica e furiosa de poder, dentro dos Estados Unidos, que coloca a elite corporativa contra os defensores da democracia. Para a elite, os frutos da vitória são muito mais do que apenas os elevados postos de comando da economia global; é todo o nosso sistema político. Isto levanta a pergunta simples: Por que a elite corporativa quer ou precisa de mais poder?

Afinal, eles já desfrutam de salários exorbitantes, os mais altos do mundo livre, enquanto o valor total de suas empresas - abrangendo todo o planeta - excede a de muitos Estados soberanos. Enquanto isso, o mercado de ações, apesar de um mercado de trabalho que está se debatendo, está fazendo um tremendo negócio. No entanto, os mestres do universo ainda não estão contentes.

Por que os líderes de negócios dos Estados Unidos sentem a necessidade de controlar o nosso processo político também? Por que eles devem controlar todo o jogo?

Em relação ao acúmulo de poder, uma coisa é clara: Estes indivíduos nunca estarão satisfeitos, e sua sede de maior influência nunca se apagará. Isso porque quanto mais poder e influência um determinado grupo adquire, mais deseja e necessita. De um ponto de vista maquiavélico, isso é compreensível uma vez que qualquer grupo que acumula autoridade excessiva em breve se tornará o alvo da suspeita e até mesmo repugnância do resto sociedade, que inerentemente entende os perigos da obtenção, por um grupo, de poderes absolutos.

A usurpação do poder que estamos testemunhando hoje, no entanto, é de uma natureza muito mais sutil do que em outros períodos da história. Hoje, a batalha está ocorrendo sem tanta visibilidade, como um tiroteio por trás das portas fechadas do Congresso e dos tribunais, onde os nossos representantes governamentais, vendendo-se como prostitutas baratas para lobistas corporativos, tem destruído qualquer noção de democracia.

A infinita sabedoria de nossa sagrada Constituição está sendo minado por um sistema político que tanto defende quanto é dependente do poder corporativo. Com a Suprema Corte sob as suas asas, nossos super senhores [overlords] políticos e empresariais estão colocando o máximo de espaço possível entre eles e o processo democrático. O povo americano, apesar de alguns bolsões de resistência mais obstinados, são impotentes diante desse sequestros.

Ao mesmo tempo, a comunidade dos jornalistas - membros do chamado Quarto Poder, cuja função é soar o alarme sobre os ataques contra a sociedade civil - são amplamente empregadas pelas mesmas forças das empresas que estão destruindo nossa sociedade. Com exceção de alguns corajosos empreendedores privados, a elite corporativa controla todo o ambiente social e cultural. Através de suas vastas propriedades de mídia, só eles decidem o que é e o que não é importante para a discussão e o debate público.

Eles inundam os mercados de mídia com entretenimento estúpido - de músicas a filmes e revistas - que servem principalmente para perturbar, degradar intelectualmente  e distrair de questões cruciais. Eles nos lembram repetidamente sobre a ameaça terrorista, enquanto a ameaça real para a nossa sociedade continua a rondar Wall Street como uma matilha de lobos raivosos, preparando o bote para sua próxima matança fácil. As pessoas da América, outrora orgulhosas e auto-suficientes, tornaram-se tão sobrecarregadas com assuntos supérfluos que não conseguem reconhecer os seus novos senhores, os senhores corporativos, que nos fornecem alegremente tudo sob o sol - inclusive muitas de nossas próprias opiniões - tudo para nos escravizar.

Entretanto, como as contradições econômicas de nossa sociedade continuam a proliferar, estamos nos aproximando a cada dia de uma guerra de classes total. Aqueles que pensam que isso é um exagero (Warren Buffett e George Soros não pensam) só precisam considerar a forte presença de polícia paramilitar em todos os eventos financeiros globais e as medidas extremas tomadas para eliminar o debate democrático e a oposição.

Apesar de nossos líderes políticos e corporativos verem claramente que a sua agenda global é geralmente repugnante para a maioria das pessoas, isso não os impede de tentar reconstruir o Sonho Americano em conformidade com os interesses de sua própria classe limitada. Eventualmente esse caldeirão fervente de contradições, o qual é visível na desigualdade e na privação de direitos de milhões de americanos, deve explodir sua tampa a menos que seja permitido florescer uma nova visão política.

Tradução das páginas 129 a 131 de:

Midnight in the American Empire: How Corporations and Their Political Servants are Destroying the American Dream2012 Robert Bridge
Meia-noite no Império Americano Como as corporações e os seus agentes políticos estão destruindo o sonho americano2012 Robert Bridge

Ver também tradução do Prefácio e Índice em:

2012 Robert Bridge: Meia-noite no Império Americano-Como corporações e seus agentes políticos estão destruindo o Sonho Americano // Deveria o Mundo dos Negócios ser separado da Política, como foi o caso com a separação entre Igreja e Estado?
http://poltica20-yeswikican.blogspot.com.br/2014/08/2012-robert-bridge-meia-noite-no.html

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