“Creio que, se o conteúdo viola direitos de outros, o Estado deve proteger os outros, nada mais. O Estado não pode decidir qual deve ser ou não ser o conteúdo.”
“O que deve regular, sim, é a concentração, pelo poder político alterado que dá aos proprietários dos meios e porque viola o princípio da diversidade e do pluralismo. Nos EUA, numa mesma cidade, quem tem um jornal não pode ter uma emissora de televisão. Têm de ser dois proprietários distintos, para provocar equilíbrio de visões.” - Frank La Rue, relator especial da ONU para liberdade de expressão.
O Estado de S.Paulo - 28/01
"Eu tenho desprezo por quem fala de tendências", disse a convidada e pausou, olhando fixo o anfitrião no palco. A plateia do pequeno teatro lotado por 250 pessoas, riu, o jornalista entrevistador se desculpou, um tanto nervoso, pela pergunta que é tão comum, mas exposta ali como tão crassa.
A reação de Jill Abramson, a primeira mulher a ocupar o cargo de editora executiva do New York Times - portanto, a figura mais influente do jornalismo tradicional em língua inglesa -, foi apenas uma das que desafiaram a promessa da noite, oferecida para um público seleto como uma conversa sobre "O Futuro Inesperado da Mídia".
O título mais apropriado teria sido "O futuro imediato da revista centenária comprada por um zilionário que ajudou a fundar o Facebook ainda adolescente". Nesta segunda-feira, a New Republic está sendo relançada em papel e múltiplas plataformas depois de ter sido comprada por Chris Hughes. Ele saiu do Facebook para dirigir a mídia social da primeira campanha presidencial de Barack Obama em 2008. Hughes tem cara de bebê, é intenso e invariavelmente cordial, aos 29 anos. Ao abrir a noite, ele se apresentou como alguém que quer retomar a missão expressa pelo fundador da New Republic, em 1914: "Iniciar pequenas insurreições no território das convicções dos leitores". A julgar por parte do elenco editorial mantido pelo empresário que dividia o quarto com Mark Zuckerberg em Harvard, é esperar para ver.
No fim do ano passado, Hughes disse à revista New York que há muito tem fascínio pela ideia de "como o jornalismo sério poderia sobreviver na era digital". Quando a ironia reina sobre boa parte da nossa cultura, por que não ter o nosso ofício resgatado em alto-mar por um dos arquitetos do planeta do "curtir" e do exibicionismo patológico, da informação sob medida, o inventor do "cutucar" que, por essas façanhas, acumulou uma fortuna de US$ 600 milhões?
Estou com a Blanche Dubois, de Um Bonde Chamado Desejo. Não me importo de depender da bondade de estranhos, ainda que minha profissão não seja tão antiga quanto a dela.
A escolha dos dois convidados da noite destinada a atrair atenção para a reinvenção da New Republic não poderia ser mais "velha mídia". Além de Jill Abramson, do Times, o outro entrevistado era Richard Plepler, presidente da HBO, a rede pioneira da TV a cabo, com mais de 140 milhões de espectadores em todo o mundo. Ao escolher o mais influente jornal americano e a produtora do melhor conteúdo da TV americana como termômetros do tal futuro inesperado, Hughes dá um recado sobre a qualidade que não faz concessões.
E Abramson se encarregou de martelar a mensagem em comentários como, "Eu me recuso a me referir ao New York Times como uma marca. O meu papel e falar do jornal", mesmo admitindo que o Times é visto como marca em jornalismo.
Por ter comprado uma revista quase moribunda, com um público restrito ao eixo de poder Nova York-Washington e cujo declínio está diretamente ligado à revolução digital, Hughes se posiciona, no conforto de sua fortuna, como um empresário quase na contramão de seus pares muito mais velhos e frequentemente mais dados a previsões apocalípticas. Prefiro um milionário, mesmo um milionário ingênuo, disposto a bancar o jornalismo que ele identifica como sério, a jornalistas arfando na corrida para descobrir o que querem seus caprichosos e volúveis leitores, como certa editora que acaba de enterrar uma revista semanal.
Mas Jill Abramson deixou claro que mesmo o destino do New York Times está cada vez mais nas mãos do público. A receita de anunciantes só cobre metade dos custos do jornal. Alguém na plateia perguntou a Abramson se o discurso cívico e a circulação democrática de informação podem ser afetados num futuro em que, por causa da tecnologia digital, haverá castas de informados, dependendo de quem pagar mais por doses de conteúdo. Ela disse que tem esse dilema em mente.Mas a noite foi logo encerrada. A conversa sobre o futuro incerto da mídia ficou para outra noite, quem sabe, num futuro próximo ou distante.
Sobre a preocupação expressa no último parágrafo acima:
Uso o exemplo da Enciclopédia Britannica x Wikipedia – ver abaixo - para demonstrar, em uma área mais sensível, em termos de precisão do conteúdo, do que o Jornalismo que temos visto, que BOM CONTEÚDO não é privilégio de quem tem diploma de jornalismo ou é remunerado pela GRANDE MÍDIA.
Os profissionais que, em minha opinião, lutam para MANTER SUA RESERVA DE MERCADO não terão sucesso. Pois o público (a minoria que deseja boa informação e não “entretenimento em forma de notícia” – seja qual for a Mídia) está cada vez melhor informado e FORMADO em sua capacidade de avaliação e escolha até por dispor de uma multiplicidade de fontes de informação e reflexão. E por construir sua opinião de forma colaborativaem uma permanente conversação via Mídias Sociais.
super.abril.com.br/cultura/enc iclopedia-confiar-wikipedia- 447257.shtml - Semelhante
Identificou 162 erros na Wikipédia e 123 na Britannica. ... “A Wikipédia dá certo
porque tem uma hierarquia definida e regras claras de conduta. ... (ou indicado
por outro editor) por causa da freqüência e da qualidade de suas colaborações.
porque tem uma hierarquia definida e regras claras de conduta. ... (ou indicado
por outro editor) por causa da freqüência e da qualidade de suas colaborações.
revistaescola.abril.com.br/... /plano-aula-enciclopedia-brita nnica-ou-wikipedia-644537. shtml - Em cache
26 out. 2011 ... Enciclopédia Britannica ou Wikipedia? ... Desde o seu surgimento, em 2001, a
Wikipedia tem sido acusada de não atender aos ... as entradas da Wikipedia
possuíam uma qualidade muito próxima aos seus equivalentes em ...
Wikipedia tem sido acusada de não atender aos ... as entradas da Wikipedia
possuíam uma qualidade muito próxima aos seus equivalentes em ...
4 fev. 2011 ... Quando a Wikipédia foi lançada, em 15 de janeiro de 2001, poucos ... cada um
desempenhando papel fundamental para a qualidade desta ... que a Wikipédia
tem a mesma confiabilidade da Enciclopédia Britânica (a Barsa).
desempenhando papel fundamental para a qualidade desta ... que a Wikipédia
tem a mesma confiabilidade da Enciclopédia Britânica (a Barsa).
E não são poucos os casos em que outros interesses se sobrepõem ao 'SACERDÓCIO DE INFORMAR'
“Creio que, se o conteúdo viola direitos de outros, o Estado deve proteger os outros, nada mais. O Estado não pode decidir qual deve ser ou não ser o conteúdo.”
“O que deve regular, sim, é a concentração, pelo poder político alterado que dá aos proprietários dos meios e porque viola o princípio da diversidade e do pluralismo. Nos EUA, numa mesma cidade, quem tem um jornal não pode ter uma emissora de televisão. Têm de ser dois proprietários distintos, para provocar equilíbrio de visões.” - Frank La Rue, relator especial da ONU para liberdade de expressão.
VOCÊ SABIA QUE APENAS 11 FAMÍLIAS CONTROLAM A MÍDIA BRASILEIRA?
http://volejo.blogspot.com.br/ 2012/08/voce-sabia-que-apenas- 11-familias.html
terça-feira, janeiro 01, 2013
FOLHA DE SP - 01/01
25/12/2012 - 07h49
Brasil pode criar novo modelo de mídia latino-americano, diz relator da ONU
NELSON DE SÁ
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
sábado, 25 de setembro de 2010
Em minha opinião alguns Veículos da Imprensa se comportam sim como Instrumentos de Partidos Políticos, com o agravante, em relação a Blogs e Redes Sociais - que também o fazem, mas explicitamente manifestam sua opinião política - de se esconderem sob uma pretensa imparcialidade jornalística.
sábado, 17 de julho de 2010
Venício Lima: Liberdade de expressão foi apropriada pela imprensa. "Liberdade de Expressão X Liberdade de Imprensa - Direito à Comunicação e Democracia"
Trecho:
IHU On-Line – A Conferência Nacional de Comunicação foi um avanço para a luta pela democratização dos meios?
Venício Lima – A conferência foi sim um avanço na medida em que ela aconteceu e provocou, praticamente em todo o país, a mobilização de pessoas, de grupos, de instituições e entidades interessadas neste debate. Apesar de boicotada pela grande mídia, ela pautou a discussão sobre o sistema brasileiro de mídia, as normas constitucionais nesta área, a regulação etc. Ela foi uma conferência propositiva e não tinha, e nem era pra ter, capacidade ou autoridade de deliberação.
No final, ela aprovou de diferentes formas uma série de propostas. Agora, para se transformarem em normas, essas propostas têm que, no que for possível, ser encampadas pelo Poder Executivo. Elas não podem se transformar em projetos para tramitarem no Congresso nacional. Boa parte dessas propostas diz respeito a normas que já estão na Constituição de 1988, mas que não foram regulamentadas. Precisamos colocá-las em prática e possibilitar o cumprimento de normas que já estão na constituição. Porém, ocorridos cinco meses do final da conferência, que eu saiba, nada aconteceu. Nós corremos o risco de termos feito essa conferência e, ainda assim, não termos nenhum resultado normativo concreto.
IHU On-Line – Aqui no Brasil, em sua opinião, o poder da própria mídia se iguala e supera o poder do Estado?
Venício Lima – Eu tenho certeza. O voto que o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, deu quando ele, como relator, ajudou a acabar com a obrigatoriedade do diploma do jornalista, ele cita, e naturalmente cita encampando a posição de autores alemães e autores portugueses, que o poder da mídia, em muitos casos, suplanta o poder do próprio Estado. Então não sou só eu, até Gilmar Mendes acha isso.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Liberdade de Expressão X Liberdade de imprensa - a importância de conhecer os conceitos para não ser manipulado
Trecho:
Censura disfarçada
A liberdade de expressão individual tem como fim assegurar um debate público democrático onde, como diz Fiss, todas as vozes sejam ouvidas. Ao usar como estratégia de oposição política o bordão da ameaça constante de volta à censura e de que a liberdade de expressão corre risco, os grandes grupos de mídia transformam a liberdade de expressão num fim em si mesmo. Ademais, escamoteiam a realidade de que, no Brasil, o debate público não só [ainda] é pautado pela grande mídia como uma imensa maioria da população a ele não tem acesso e é dele historicamente excluída.
Nossa imprensa tardia se desenvolveu nos marcos de um “liberalismo antidemocrático” no qual as normas e procedimentos relativos a outorgas e renovações de concessões de radiodifusão são responsáveis pela concentração da propriedade nas mãos de tradicionais oligarquias políticas regionais e locais (nunca tivemos qualquer restrição efetiva à propriedade cruzada), e impedem a efetiva pluralidade e diversidade nos meios de comunicação.
A interdição do debate verdadeiramente público de questões relativas à democratização das comunicações pelos grupos dominantes de mídia, na prática, funciona como uma censura disfarçada.
Este é o “efeito silenciador” que o discurso da grande mídia provoca exatamente em relação à liberdade de expressão que ela simula defender.
domingo, 6 de janeiro de 2013
Lei dos meios (Midias) - "podemos afirmar que a concentração da mídia não afeta necessariamente o funcionamento da democracia?" ONU: Brasil pode criar novo modelo de mídia latino-americano
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Atenciosamente.
Claudio Estevam Próspero
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