domingo, 3 de fevereiro de 2013

Aaron Swartz, guerrilheiro da internet livre. Tornar-se rico não era seu objetivo, mas sim desenvolver ferramentas e instrumentos para aprofundar a experiência colaborativa e de cooperação da sociedade.


Aaron Swartz, guerrilheiro da internet livre

 Rafael A. F. Zanatta* - para o Outras Palavras  http://www.outraspalavras.net/2013/01/16/aaron-swartz-guerrilheiro-da-internet-livre/  [para acessar os links do texto]
25.01.2013

O (suposto) suicídio do gênio da programação e ativista Aaron Swartz não é somente uma tragédia, mas um sinal da enorme dimensão do conflito político e ideológico envolvendo defensores de uma Internet livre e emancipatória, de um lado, e grupos organizados dentro do sistema que pretendem privatizar e limitar o acesso à produção intelectual humana, de outro. (...)

“Eu sinto fortemente que não é suficiente simplesmente viver no mundo como ele é e fazer o que os adultos disseram que você deve fazer, ou o que a sociedade diz que você deve fazer. Eu acredito que você deve sempre estar questionando. Eu levo muito a sério essa atitude científica de que tudo que você aprende é provisório, tudo é aberto ao questionamento e à refutação. O mesmo se aplica à sociedade. Eu cresci e através de um lento processo percebi que o discurso de que nada pode ser mudado e que as coisas são naturalmente como são é falso. Elas não são naturais. As coisas podem ser mudadas. E mais importante: há coisas que são erradas e devem ser mudadas. Depois que eu percebi isso, não havia como voltar atrás. Eu não poderia me enganar e dizer ‘Ok, agora vou trabalhar para uma empresa’. Depois que percebi que havia problemas fundamentais os quais eu poderia enfrentar, eu não podia mais esquecer isso”. - Aaron (aos 22 anos)

(...) Após o acordo entre Aaron e a JSTOR, a Promotoria de Justiça de Boston, através da US Attorney Carmen Ortiz, indiciou Aaron Swartz por diversas ofensas criminais, pedindo a condenação do ativista a 35 anos de prisão (sic!) e o pagamento de 1 bilhão de dólares de multa. O processo penal teve início, sendo oferecida a Swartz a oportunidade de fazer um acordo penal que reconhecesse sua culpa (plead guilty). Irredutível — mesmo sendo aconselhado por alguns advogados a agir em sentido contrário –, Swartz recusou-se a declarar-se culpado, por não considerar seus atos como ilícitos. Mesmo com a intervenção da JSTOR, que reconheceu não se sentir prejudicada pelos atos de Swartz, a Promotoria continuou a amedrontá-lo. O processo penal — extremamente custoso nos Estados Unidos — esvaziou suas poucas reservas financeiras e gerou um enorme trauma psicológico. O julgamento da ação penal estava marcado para abril de 2013 e Aaron Swartz recusava-se a comentar o assunto em entrevistas, palestras e eventos.Alguns especulam que o suicídio está ligado com o processo penal, considerado por muitos como uma resposta do governo dos Estados Unidos contra o ativismo libertário de Aaron. Na opinião de Greenwald, o colunista do Guardian, ele “foi destruído por um sistema de ‘justiça’ que dá proteção integral aos criminosos mais ilustres — desde que sejam integrantes dos grupos mais poderosos do país, ou úteis para estes –, mas que pune sem piedade e com dureza incomparável quem não tem poder e, em especial, quem desafia o poder”. (2)

Até o momento, não há cartas ou posts de Swartz sobre o assunto. Não há, aliás, confirmação concreta de que houve suicídio (ou se foi uma morte herzogiana, comum na história brasileira). Trata-se de um grande mistério. Para a família de Swartz, uma coisa é clara: se houve suicídio, o bullying judicial realizado pelo Judiciário estadunidense foi um fator que levou o jovem ativista a encerrar a própria vida, em um sinal de protesto contra todo o injusto sistema.

As lições de um jovem revolucionário

Há muito que extrair das falas, dos textos e das ações do gênio da informática Aaron Swartz. Ativista político, sociólogo aplicado, defensor da Internet livre, criador de mecanismos de compartilhamento de dados e crítico da forma como a sociedade global está se estruturando contra as liberdades básicas, Swartz deixa aos jovens da era da Internet um forte recado revolucionário: a mudança começa em cada um. Todo indivíduo possui autonomia para pensar e contestar o que está posto. Além de contestar, a ação colaborativa pode modificar as instituições existentes em uma perspectiva pós-capitalista. O conhecimento pode ser compartilhado, softwares podem ser desenvolvidos em conjunto e projetos podem ser executados com o financiamento coletivo.

Informação é poder. Swartz enxergou muito além do que seus contemporâneos e tentou mobilizar os usuários de Internet para construção de um outro mundo. Infelizmente, não foi apoiado da forma como precisava. A reverberação de suas ideias e suas ações ainda é muito fraca. Mas isso não é motivo para desistência. A brevíssima vida deste jovem estadunidense pode inspirar corações e mentes. Em tempos de discussão no Brasil sobre o Marco Civil da Internet, corrupção da política e agigantamento do Judiciário, o resgate de seu pensamento é necessário. Ainda mais em um país que conta com mais de 80 milhões de usuários de Internet. A questão é saber se as pessoas terão curiosidade e interesse em compreender o projeto de vida de Swartz ou se irão continuar lendo matérias produzidas por corporações interessadas na limitação da liberdade na Internet.

Eu fico com o projeto de Swartz. Aliás, fique livre para copiar esse texto. [Claudio: eu também, portanto já copiei e distribuo]

O (suposto) suicídio do gênio da programação e ativista Aaron Swartz não é somente uma tragédia, mas um sinal da enorme dimensão do conflito político e ideológico envolvendo defensores de uma Internet livre e emancipatória, de um lado, e grupos organizados dentro do sistema que pretendem privatizar e limitar o acesso à produção intelectual humana, de outro. Neste sábado (12/01), colunistas de cultura digital de diversos jornais escreveram sobre a morte do jovem Swartz, aos 26 anos, encontrado morto em um apartamento de Nova Iorque (ler os textos de John Schwartz, para o New York Times; Glenn Greenwald, para o The Guardian; Virginia Heffernan, para o Yahoo News; e Tatiana Mello Dias, para o Estadão). Diante da turbulenta vida do jovem Swartz e seu projeto político de luta pela socialização do conhecimento, difícil crer que o suicídio tenha motivações estritamente pessoais, como uma crise depressiva. A morte de Swartz pode significar um alarme para uma ameaça inédita ao projeto emancipatório da revolução informacional. O sistema jurídico está sendo moldado por grupos de interesse para limitação da liberdade de cidadãos engajados com a luta por uma Internet livre. Tais cidadãos são projetados midiaticamente como inimigos desestabilizadores da ordem (hackers). Os usuários da Internet, sedados e dominados pela nova indústria cultural, pouco sabem sobre o que, de fato, está acontecendo mundo afora.

A visão pública da Internet do wiz-kid Swartz: os anos de formação

Nascido em novembro de 1986 em Chicago, Aaron Swartz passou a infância e juventude estudando computação e programação por influência de seu pai, proprietário de uma companhia de software. Aos 13 anos de idade, foi vencedor do prêmio ArsDigita, uma competição para websites não-comerciais “úteis, educacionais e colaborativos”. Com a vitória no prêmio, Swartz visitou o Massachusetts Institute of Technology (MIT), onde conheceu pesquisadores da área de Internet. Aos 14 anos, ingressou no grupo de trabalho de elaboração do versão 1.0 do Rich Site Summary (RSS), formato de publicação que permite que o usuário subscreva conteúdos de blogs e páginas (feeds), lendos-o através de computadores e celulares.

Aos 16 anos frequentou e abandonou a Universidade de Stanford, dedicando-se a fundação de novas companhias, como a Infogami. Aos 17 anos, Aaron ingressou na equipe do Creative Commons, participando de importantes debates sobre propriedade intelectual e licenças open-sources (ver a participação de Swartz em um debate de 2003). Em 2006, ingressou na equipe de programadores da Reddit, plataforma aberta que permite que membros votem em histórias e discussões importantes. No mesmo ano, tornou-se colaborador da Wikipedia e realizou pesquisas importantes sobre o modo de funcionamento da plataforma colaborativa (ler ‘Who Writes Wikipedia?‘). Em 2007, fundou a Jottit, ferramenta que permite a criação colaborativa de websites de forma extremamente simplificada (aqui). Em pouco tempo, Swartz tornou-se uma figura conhecida entre os programadores e grupos de financiamento dedicados a start-ups de tecnologia. Entretanto, sua inteligência e o brilhantismo pareciam não servir para empreendimentos capitalistas. Tornar-se rico não era seu objetivo, mas sim desenvolver ferramentas e instrumentos, através da linguagem de programação virtual, para aprofundar a experiência colaborativa e de cooperação da sociedade.

Aos 21 anos, Aaron ingressou em círculos acadêmicos (como o Harvard University’s Center for Ethics) e não-acadêmicos de discussão sobre as transformações sociais e econômicas provocadas pela Internet, tornando-se, aos poucos, uma figura pública e um expert no debate sobre a “sociedade em rede”. O vídeo abaixo, gravado em São Francisco em 2007, mostra o raciocínio rápido e preciso de Swartz sobre a arquitetura do poder na rede e as mudanças fundamentais da transição da mídia antes e depois da Internet.

Ativismo cívico e projetos políticos na rede: para além de empresas e lucros

A partir de 2008, Aaron Swartz – um “sociólogo aplicado“, como ele se autodenominava – engajou-se em uma série de projetos de cunho político, voltados ao ativismo cívico de base (grassroots) e ao compartilhamento de conteúdo on-line. Dentre eles, destacam-se três projetos específicos: (i) Watchdog, (ii) Open Library e (iii) Demand Progress.


O Watchdog é um website que permite a criação de petições públicas que possam circular on-line. Trata-se de um projeto não lucrativo, cujo mote é Win your campaign for change. O objetivo é fomentar a prática cidadã de monitoramento de condutas ilícitas, como se todos fossem “cães de guarda” da democracia.

O segundo projeto, Open Library, pretende criar uma página da web para cada livro já publicado no mundo. O objetivo é criar uma espécie de “biblioteca universal” com bibliotecários voluntários, sendo possível o empréstimo on-line de e-books. Trata-se de um projeto sem fins lucrativos, nos quais programadores são responsáveis pelo registro e criação das páginas (em códigos abertos) para todos os livros (como diz o site: “Open Library é um projeto aberto: software, dados e documentações são abertos, e sua contribuição é bem-vinda. Você pode corrigir um erro, acrescentar um livro ou escrever um widget [programa complementar]. Temos uma equipe de programadores fantástico, que avançaram muito, mas não podemos fazer tudo sozinhos!” (1).

O terceiro e mais interessante projeto é o Demand Progress, plataforma criada por Swartz para conquistar mudanças progressistas em políticas públicas (envolvendo liberdades civis, direitos civis e reformas governamentais) para pessoas comuns através do lobbying organizado de base. A atuação do DP se dá de duas formas: através de campanhas on-line para chamar atenção das pessoas e contatar líderes do Congresso, e através do trabalho de advocacia pública em Washington “nas decisões por trás das salas que afetam nossas vidas”.

Em 2008, indignado com a passividade dos cientistas com relação ao controle das informações por grandes corporações, Swartz publicou um manifesto intitulado Guerilla Open Access Manifesto (Manifesto da Guerrilha pelo Acesso Livre). Trata-se de um texto altamente revolucionário, que encerra-se com um chamado: “Não há justiça em seguir leis injustas. É hora de vir à luz e, na grande tradição da desobediência civil, declarar nossa oposição a este roubo privado da cultura pública. Precisamos levar informação, onde quer que ela esteja armazenada, fazer nossas cópias e compartilhá-la com o mundo. Precisamos levar material que está protegido por direitos autorais e adicioná-lo ao arquivo. Precisamos comprar bancos de dados secretos e colocá-los na Web. Precisamos baixar revistas científicas e subi-las para redes de compartilhamento de arquivos. Precisamos lutar pela Guerilla Open Access. Se somarmos muitos de nós, não vamos apenas enviar uma forte mensagem de oposição à privatização do conhecimento – vamos transformar essa privatização em algo do passado” (cf. ‘Aaron Swartz e o manifesto da Guerrila Open Acess‘).

A força criadora do jovem Aaron Swartz residia em um profundo espírito crítico e questionador. Nesta entrevista abaixo (sobre o Progressive Change Campaign), Swartz explica como seu ativismo começou: “Eu sinto fortemente que não é suficiente simplesmente viver no mundo como ele é e fazer o que os adultos disseram que você deve fazer, ou o que a sociedade diz que você deve fazer. Eu acredito que você deve sempre estar questionando. Eu levo muito a sério essa atitude científica de que tudo que você aprende é provisório, tudo é aberto ao questionamento e à refutação. O mesmo se aplica à sociedade. Eu cresci e através de um lento processo percebi que o discurso de que nada pode ser mudado e que as coisas são naturalmente como são é falso. Elas não são naturais. As coisas podem ser mudadas. E mais importante: há coisas que são erradas e devem ser mudadas. Depois que eu percebi isso, não havia como voltar atrás. Eu não poderia me enganar e dizer ‘Ok, agora vou trabalhar para uma empresa’. Depois que percebi que havia problemas fundamentais os quais eu poderia enfrentar, eu não podia mais esquecer isso”. Nesta entrevista, Aaron (aos 22 anos), esclarece que livros como Understanding Power (de Noam Chomsky) foram fundamentais para compreender os problemas sistêmicos da sociedade contemporânea. Todavia, a situação não é imodificável. O primeiro passo é acreditar que é possível fazer algo.

A luta e a resposta do sistema: do movimento Anti-SOPA à batalha judicial do JSTOR

No final de 2010, Aaron Swartz identificou uma anomalia procedimental com relação a uma nova lei de copyright, proposta por integrantes dos partidos republicanos e democratas em setembro daquele ano. A lei havia sido introduzida com apoio majoritário, com um lapso de poucas semanas para votação. Obviamente, segundo o olhar crítico de Swartz, havia algo por trás desta lei. O objetivo camuflado era a censura da Internet.

A partir da união de três amigos, Swartz formulou uma petição on-line para chamar a atenção dos usuários da Internet e de grupos políticos dos Estados Unidos. Em dias, a petição ganhou 10 mil assinaturas. Em semanas, mais de 500 mil. Com a circulação da petição, os democratas adiaram a votação do projeto de lei para uma analise mais profunda do documento. Ao mesmo tempo, empresas da Internet como Reddit, Google e Tumblr iniciaram uma campanha maciça para conscientização sobre os efeitos da legislação. (A lei autorizaria o “Departamento de Justiça dos Estados Unidos e os detentores de direitos autorais a obter ordens judiciais contra sites que estejam facilitando ou infringindo os direitos de autor ou cometendo outros delitos e estejam fora da jurisdição estadunidense. O procurador-geral dos Estados Unidos poderia também requerer que empresas estadunidenses parem de negociar com estes sites, incluindo pedidos para que mecanismos de busca retirem referências a eles e os domínios destes sites sejam filtrados para que sejam dados como não existentes”, como consta da Wikipedia).

Em outubro de 2011, o projeto foi reapresentado por Lamar Smith com o nome de Stop Online Piracy Act. Em janeiro de 2012, após um intenso debate promovido na rede, a mobilização de base entre ativistas chamou a atenção de diversas organizações, como Facebook, Twitter, Google, Zynga, 9GAG, entre outros. Em 18 de janeiro, a Wikipedia realizou um blecaute na versão anglófona, simulando como seria se o website fosse retirado do ar (cf. ‘Quem apagou as luzes em protesto à SOPA?‘ e ‘O apagão da Wikipedia‘). A reação no Congresso foi imediata e culminou na suspensão do projeto de lei. Vitória do novo ativismo cívico? Para Swartz, sim. Uma vitória inédita que mostrou a força da população e da mobilização possível na Internet. Mas não por muito tempo. Em um discurso feito em maio de 2012 — que merece ser visto com muita atenção –, Aaron foi claro: o projeto de lei para controlar a Internet irá voltar, com outro nome e outro formato, mas irá voltar…

Mas não foi somente através da liderança no movimento de peticionamento on-line que culminou nos protestos contra o SOPA que Swartz chamou a atenção das autoridades estadunidenses. Em 2008, ele foi investigado pelo FBI por ter baixado milhões de documentos públicos do Judiciário mantidos pela empresa Pacer (que cobra pelo acesso a documentos públicos!). A investigação, entretanto, não resultou em processo criminal ou civil.

O processo kafkiano que pode estar relacionado com a morte de Swartz teve início em julho de 2011, quando o ativista foi processado por “fraude eletrônica, fraude de computador, de obtenção ilegal de informações a partir de um computador protegido”, a partir de uma acusação da companhia JSTOR - uma das maiores organizações de compilação e acesso pago a artigos científicos. Aaron programara um dos computadores públicos do Massachussets Institute of Technology (MIT) para acessar o banco de dados da JSTOR e fazer download de artigos científicos de diversas áreas do conhecimento. Em poucos dias, baixou mais de 4 milhões de artigos científicos (e não se sabe qual era seu plano inicial, ou seja, de que modo ele pretendia publicar esses documentos de acordo com a tese do open acess movement). Pelo fato de Swartz ter feito o download de muitos documentos ao mesmo tempo (mas o acesso pelo computador da instituição não permite isso?), foi processado por fraude eletrônica e obtenção ilegal de informações.

O sentido de um processo kafkiano (referente ao Processo da obra literária de Franz Kafka) deve ser melhor explicado. A questão é que Aaron Swartz não cometeu, a princípio, nenhum ato ilícito (ele poderia fazer o download de artigos científicos como qualquer acadêmico logado a uma máquina com acesso ao JSTOR pode). E mesmo depois de acusado, entregou-se à Justiça e afirmou que não tinha intenção de lucrar com o ato. Diante do aviso de que a distribuição dos arquivos infringiria leis nacionais, Aaron devolveu os arquivos digitalizados para a JSTOR, que retirou a ação judicial de caráter civil. Ou seja: caso encerrado, correto?

Errado. Após o acordo entre Aaron e a JSTOR, a Promotoria de Justiça de Boston, através da US Attorney Carmen Ortiz, indiciou Aaron Swartz por diversas ofensas criminais, pedindo a condenação do ativista a 35 anos de prisão (sic!) e o pagamento de 1 bilhão de dólares de multa. O processo penal teve início, sendo oferecida a Swartz a oportunidade de fazer um acordo penal que reconhecesse sua culpa (plead guilty). Irredutivel — mesmo sendo aconselhado por alguns advogados a agir em sentido contrário –, Swartz recusou-se a declarar-se culpado, por não considerar seus atos como ilícitos. Mesmo com a intervenção da JSTOR, que reconheceu não se sentir prejudicada pelos atos de Swartz, a Promotoria continuou a amedrontá-lo. O processo penal — extremamente custoso nos Estados Unidos — esvaziou suas poucas reservas financeiras e gerou um enorme trauma psicológico. O julgamento da ação penal estava marcado para abril de 2013 e Aaron Swartz recusava-se a comentar o assunto em entrevistas, palestras e eventos. Alguns especulam que o suicídio está ligado com o processo penal, considerado por muitos como uma resposta do governo dos Estados Unidos contra o ativismo libertário de Aaron. Na opinião de Greenwald, o colunista do Guardian, ele “foi destruído por um sistema de ‘justiça’ que dá proteção integral aos criminosos mais ilustres — desde que sejam integrantes dos grupos mais poderosos do país, ou úteis para estes –, mas que pune sem piedade e com dureza incomparável que não tem poder e, em especial, quem desafia o poder”. (2)

Até o momento, não há cartas ou posts de Swartz sobre o assunto. Não há, aliás, confirmação concreta de que houve suicídio (ou se foi uma morte herzogiana, comum na história brasileira). Trata-se de um grande mistério. Para a família de Swartz, uma coisa é clara: se houve suicídio, o bullying judicial realizado pelo Judiciário estadunidense foi um fator que levou o jovem ativista a encerrar a própria vida, em um sinal de protesto contra todo o injusto sistema.

As lições de um jovem revolucionário

Há muito que extrair das falas, dos textos e das ações do gênio da informática Aaron Swartz. Ativista político, sociólogo aplicado, defensor da Internet livre, criador de mecanismos de compartilhamento de dados e crítico da forma como a sociedade global está se estruturando contra as liberdades básicas, Swartz deixa aos jovens da era da Internet um forte recado revolucionário: a mudança começa em cada um. Todo indivíduo possui autonomia para pensar e contestar o que está posto. Além de contestar, a ação colaborativa pode modificar as instituições existentes em uma perspectiva pós-capitalista. O conhecimento pode ser compartilhado, softwares podem ser desenvolvidos em conjunto e projetos podem ser executados com o financiamento coletivo.

Informação é poder. Swartz enxergou muito além do que seus contemporâneos e tentou mobilizar os usuários de Internet para construção de um outro mundo. Infelizmente, não foi apoiado da forma como precisava. A reverberação de suas ideias e suas ações ainda é muito fraca. Mas isso não é motivo para desistência. A brevíssima vida deste jovem estadunidense pode inspirar corações e mentes. Em tempos de discussão no Brasil sobre o Marco Civil da Internet, corrupção da política e agigantamento do Judicário, o resgate de seu pensamento é necessário. Ainda mais em um país que conta com mais de 80 milhões de usuários de Internet. A questão é saber se as pessoas terão curiosidade e interesse em compreender o projeto de vida de Swartz ou se irão continuar lendo matérias produzidas por corporações interessadas na limitação da liberdade na Internet.

Eu fico com o projeto de Swartz. Aliás, fique livre para copiar esse texto.

Rafael A. F. Zanatta, mestrando em sociologia jurídica (FD/USP), pesquisador (Direito GV), professor universitário e advogado. 
Editor do blog E-mancipação.

(1) Open Library is an open project: the software is open, the data are open, the documentation is open, and we welcome your contribution. Whether you fix a typo, add a book, or write a widget–it’s all welcome. We have a small team of fantastic programmers who have accomplished a lot, but we can’t do it alone!”

(2) “Swartz was destroyed by a “justice” system that fully protects the most egregious criminals as long as they are members of or useful to the nation’s most powerful factions, but punishes with incomparable mercilessness and harshness those who lack power and, most of all, those who challenge power“


Ver também:

          Conhecimento Livre   e    Economia do Conhecimento:

SÁBADO, 11 DE JUNHO DE 2011

--
Atenciosamente.
Claudio Estevam Próspero 
http://mitologiasdegaia.blogspot.com/ (Blog: Mitologias de Gaia)
http://criatividadeinovao.blogspot.com/ (Blog: Criatividade e Inovação)
http://redessociaisgovernanaliderana.blogspot.com/ (Blog:Governança e Liderança em Redes Sociais)
http://reflexeseconmicas.blogspot.com/ (Blog: Reflexões Econômicas)
http://poltica20-yeswikican.blogspot.com/ (Blog: Política 2.0 - Yes, WIKI CAN)
http://automacao-inteligencia-organizacional.blogspot.com.br/ (Blog: Automação e Inteligência Organizacional)
http://www.portalsbgc.org.br/sbgc/portal/ (Comunidade Gestão Conhecimento)

BOM CONTEÚDO não é privilégio de quem tem diploma de jornalismo ou é remunerado pela GRANDE MÍDIA-E não são poucos os casos em que outros interesses se sobrepõem ao 'SACERDÓCIO DE INFORMAR'


“Creio que, se o conteúdo viola direitos de outros, o Estado deve proteger os outros, nada mais. O Estado não pode decidir qual deve ser ou não ser o conteúdo.”

“O que deve regular, sim, é a concentração, pelo poder político alterado que dá aos proprietários dos meios e porque viola o princípio da diversidade e do pluralismo. Nos EUA, numa mesma cidade, quem tem um jornal não pode ter uma emissora de televisão. Têm de ser dois proprietários distintos, para provocar equilíbrio de visões.”  - Frank La Rue, relator especial da ONU para liberdade de expressão.

segunda-feira, janeiro 28, 2013
Reinventando tradição - LÚCIA GUIMARÃES
O Estado de S.Paulo - 28/01

"Eu tenho desprezo por quem fala de tendências", disse a convidada e pausou, olhando fixo o anfitrião no palco. A plateia do pequeno teatro lotado por 250 pessoas, riu, o jornalista entrevistador se desculpou, um tanto nervoso, pela pergunta que é tão comum, mas exposta ali como tão crassa.

A reação de Jill Abramson, a primeira mulher a ocupar o cargo de editora executiva do New York Times - portanto, a figura mais influente do jornalismo tradicional em língua inglesa -, foi apenas uma das que desafiaram a promessa da noite, oferecida para um público seleto como uma conversa sobre "O Futuro Inesperado da Mídia".

O título mais apropriado teria sido "O futuro imediato da revista centenária comprada por um zilionário que ajudou a fundar o Facebook ainda adolescente". Nesta segunda-feira, a New Republic está sendo relançada em papel e múltiplas plataformas depois de ter sido comprada por Chris Hughes. Ele saiu do Facebook para dirigir a mídia social da primeira campanha presidencial de Barack Obama em 2008. Hughes tem cara de bebê, é intenso e invariavelmente cordial, aos 29 anos. Ao abrir a noite, ele se apresentou como alguém que quer retomar a missão expressa pelo fundador da New Republic, em 1914: "Iniciar pequenas insurreições no território das convicções dos leitores". A julgar por parte do elenco editorial mantido pelo empresário que dividia o quarto com Mark Zuckerberg em Harvard, é esperar para ver.

No fim do ano passado, Hughes disse à revista New York que há muito tem fascínio pela ideia de "como o jornalismo sério poderia sobreviver na era digital". Quando a ironia reina sobre boa parte da nossa cultura, por que não ter o nosso ofício resgatado em alto-mar por um dos arquitetos do planeta do "curtir" e do exibicionismo patológico, da informação sob medida, o inventor do "cutucar" que, por essas façanhas, acumulou uma fortuna de US$ 600 milhões?

Estou com a Blanche Dubois, de Um Bonde Chamado Desejo. Não me importo de depender da bondade de estranhos, ainda que minha profissão não seja tão antiga quanto a dela.

A escolha dos dois convidados da noite destinada a atrair atenção para a reinvenção da New Republic não poderia ser mais "velha mídia". Além de Jill Abramson, do Times, o outro entrevistado era Richard Plepler, presidente da HBO, a rede pioneira da TV a cabo, com mais de 140 milhões de espectadores em todo o mundo. Ao escolher o mais influente jornal americano e a produtora do melhor conteúdo da TV americana como termômetros do tal futuro inesperado, Hughes dá um recado sobre a qualidade que não faz concessões.

E Abramson se encarregou de martelar a mensagem em comentários como, "Eu me recuso a me referir ao New York Times como uma marca. O meu papel e falar do jornal", mesmo admitindo que o Times é visto como marca em jornalismo.

Por ter comprado uma revista quase moribunda, com um público restrito ao eixo de poder Nova York-Washington e cujo declínio está diretamente ligado à revolução digital, Hughes se posiciona, no conforto de sua fortuna, como um empresário quase na contramão de seus pares muito mais velhos e frequentemente mais dados a previsões apocalípticas. Prefiro um milionário, mesmo um milionário ingênuo, disposto a bancar o jornalismo que ele identifica como sério, a jornalistas arfando na corrida para descobrir o que querem seus caprichosos e volúveis leitores, como certa editora que acaba de enterrar uma revista semanal.

Mas Jill Abramson deixou claro que mesmo o destino do New York Times está cada vez mais nas mãos do público. A receita de anunciantes só cobre metade dos custos do jornal. Alguém na plateia perguntou a Abramson se o discurso cívico e a circulação democrática de informação podem ser afetados num futuro em que, por causa da tecnologia digital, haverá castas de informados, dependendo de quem pagar mais por doses de conteúdo. Ela disse que tem esse dilema em mente.Mas a noite foi logo encerrada. A conversa sobre o futuro incerto da mídia ficou para outra noite, quem sabe, num futuro próximo ou distante.


Sobre a preocupação expressa no último parágrafo acima:

Uso o exemplo da Enciclopédia Britannica x  Wikipedia – ver abaixo - para demonstrar, em uma área mais sensível, em termos de precisão do conteúdo, do que o Jornalismo que temos visto, que  BOM CONTEÚDO não é privilégio de quem tem diploma de jornalismo ou é remunerado pela GRANDE MÍDIA.

Os profissionais que, em minha opinião, lutam para MANTER SUA RESERVA DE MERCADO não terão sucesso. Pois o público (a minoria que deseja boa informação e não “entretenimento em forma de notícia” – seja qual for a Mídia) está cada vez melhor informado e FORMADO em sua capacidade de avaliação e escolha até por dispor de uma multiplicidade de fontes de informação e reflexão. E por construir sua opinião de forma colaborativaem uma permanente conversação via Mídias Sociais.

super.abril.com.br/cultura/enciclopedia-confiar-wikipedia-447257.shtml - Semelhante
Identificou 162 erros na Wikipédia e 123 na Britannica... “A Wikipédia dá certo 
porque tem uma hierarquia definida e regras claras de conduta. ... (ou indicado
por outro editor) por causa da freqüência e da qualidade de suas colaborações.

revistaescola.abril.com.br/.../plano-aula-enciclopedia-britannica-ou-wikipedia-644537.shtml - Em cache
26 out. 2011 ... Enciclopédia Britannica ou Wikipedia... Desde o seu surgimento, em 2001, a 
Wikipedia tem sido acusada de não atender aos ... as entradas da Wikipedia 
possuíam uma qualidade muito próxima aos seus equivalentes em
 ...

4 fev. 2011 ... Quando a Wikipédia foi lançada, em 15 de janeiro de 2001, poucos ... cada um 
desempenhando papel fundamental para a qualidade desta ... que a Wikipédia 
tem a mesma confiabilidade da Enciclopédia Britânica (a Barsa).

E não são poucos os casos em que outros interesses se sobrepõem ao 'SACERDÓCIO DE INFORMAR'
“Creio que, se o conteúdo viola direitos de outros, o Estado deve proteger os outros, nada mais. O Estado não pode decidir qual deve ser ou não ser o conteúdo.”
“O que deve regular, sim, é a concentração, pelo poder político alterado que dá aos proprietários dos meios e porque viola o princípio da diversidade e do pluralismo. Nos EUA, numa mesma cidade, quem tem um jornal não pode ter uma emissora de televisão. Têm de ser dois proprietários distintos, para provocar equilíbrio de visões.”  - Frank La Rue, relator especial da ONU para liberdade de expressão.

VOCÊ SABIA QUE APENAS 11 FAMÍLIAS CONTROLAM A MÍDIA BRASILEIRA?

http://volejo.blogspot.com.br/2012/08/voce-sabia-que-apenas-11-familias.html


terça-feira, janeiro 01, 2013
Lei dos meios - VLADIMIR SAFATLE
FOLHA DE SP - 01/01

25/12/2012 - 07h49
Brasil pode criar novo modelo de mídia latino-americano, diz relator da ONU
NELSON DE SÁ
DE SÃO PAULO


sábado, 25 de setembro de 2010

Em minha opinião alguns Veículos da Imprensa se comportam sim como Instrumentos de Partidos Políticos, com o agravante, em relação a Blogs e Redes Sociais - que também o fazem, mas explicitamente manifestam sua opinião política - de se esconderem sob uma pretensa imparcialidade jornalística.


sábado, 17 de julho de 2010

Venício Lima: Liberdade de expressão foi apropriada pela imprensa. "Liberdade de Expressão X Liberdade de Imprensa - Direito à Comunicação e Democracia"


Trecho:
IHU On-Line – A Conferência Nacional de Comunicação foi um avanço para a luta pela democratização dos meios?

Venício Lima – A conferência foi sim um avanço na medida em que ela aconteceu e provocou, praticamente em todo o país, a mobilização de pessoas, de grupos, de instituições e entidades interessadas neste debate. Apesar de boicotada pela grande mídia, ela pautou a discussão sobre o sistema brasileiro de mídia, as normas constitucionais nesta área, a regulação etc. Ela foi uma conferência propositiva e não tinha, e nem era pra ter, capacidade ou autoridade de deliberação.

No final, ela aprovou de diferentes formas uma série de propostas. Agora, para se transformarem em normas, essas propostas têm que, no que for possível, ser encampadas pelo Poder Executivo. Elas não podem se transformar em projetos para tramitarem no Congresso nacional. Boa parte dessas propostas diz respeito a normas que já estão na Constituição de 1988, mas que não foram regulamentadas. Precisamos colocá-las em prática e possibilitar o cumprimento de normas que já estão na constituição. Porém, ocorridos cinco meses do final da conferência, que eu saiba, nada aconteceu. Nós corremos o risco de termos feito essa conferência e, ainda assim, não termos nenhum resultado normativo concreto.

IHU On-Line – Aqui no Brasil, em sua opinião, o poder da própria mídia se iguala e supera o poder do Estado?

Venício Lima – Eu tenho certeza. O voto que o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, deu quando ele, como relator, ajudou a acabar com a obrigatoriedade do diploma do jornalista, ele cita, e naturalmente cita encampando a posição de autores alemães e autores portugueses, que o poder da mídia, em muitos casos, suplanta o poder do próprio Estado. Então não sou só eu, até Gilmar Mendes acha isso.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Liberdade de Expressão X Liberdade de imprensa - a importância de conhecer os conceitos para não ser manipulado


Trecho:
Censura disfarçada
A liberdade de expressão individual tem como fim assegurar um debate público democrático onde, como diz Fiss, todas as vozes sejam ouvidas. Ao usar como estratégia de oposição política o bordão da ameaça constante de volta à censura e de que a liberdade de expressão corre risco, os grandes grupos de mídia transformam a liberdade de expressão num fim em si mesmo. Ademais, escamoteiam a realidade de que, no Brasil, o debate público não só [ainda] é pautado pela grande mídia como uma imensa maioria da população a ele não tem acesso e é dele historicamente excluída.

Nossa imprensa tardia se desenvolveu nos marcos de um “liberalismo antidemocrático” no qual as normas e procedimentos relativos a outorgas e renovações de concessões de radiodifusão são responsáveis pela concentração da propriedade nas mãos de tradicionais oligarquias políticas regionais e locais (nunca tivemos qualquer restrição efetiva à propriedade cruzada), e impedem a efetiva pluralidade e diversidade nos meios de comunicação.

A interdição do debate verdadeiramente público de questões relativas à democratização das comunicações pelos grupos dominantes de mídia, na prática, funciona como uma censura disfarçada.

Este é o “efeito silenciador” que o discurso da grande mídia provoca exatamente em relação à liberdade de expressão que ela simula defender.


domingo, 6 de janeiro de 2013

Lei dos meios (Midias) - "podemos afirmar que a concentração da mídia não afeta necessariamente o funcionamento da democracia?" ONU: Brasil pode criar novo modelo de mídia latino-americano

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Atenciosamente.
Claudio Estevam Próspero 
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Estádios da Copa: após lucro das empresas envolvidas na construção e dos políticos que viabilizaram os "Elefantes Brancos" sobrará apenas a conta (investimento e manutenção mensal) para a Sociedade?



Arena Castelão - Será que vai lotar?

Público de 34 mil na rodada dupla levanta dúvidas sobre o futuro da arena sem os eventos da FIFA


(...) Segundo o presidente do Fortaleza, Osmar Baquit, a Arena ficou de marcar nova reunião com os clubes, para discutir a proposta de exclusividade. "O que ficou decidido é que, quando houvesse o primeiro jogo, uma semana após essa primeira partida, os representantes do estádio iriam se reunir com os clubes para fazer uma avaliação dos custos e de como tudo funcionou. Nós fizemos uma contraproposta e estamos aguardando que nos chamem para negociar", conta.

Já o vice-presidente do Ceará, Robinson de Castro, lembra que a própria arena tem necessidade de fechar contrato com os clubes. "Uma arena de futebol, pode viabilizar outros eventos, shows e virar até um centro comercial, mas para ter vida precisa ter futebol. Por isso, acredito que o contrato de exclusividade com os clubes será fechado", afirma.

Assim, só os grandes jogos

Assustado com o custo do "Novo Castelão", o vice-presidente do Ceará, Robinson de Castro, alertou que o clube jogará lá apenas em grandes jogos, caso o contrato de exclusividade não seja assinado. Assim, o clube pode demorar um bom tempo para mandar uma partida novamente na Arena Castelão.

(...) "Se o contrato não for assinado, só jogaremos partidas rentáveis, como um Clássico-Rei, uma final de Copa do Nordeste. O novo Castelão tem uma grande estrutura, mas um alto custo. O Castelão anterior tinha um custo diferente, que tornava viável atuar lá sem, necessariamente, ser um jogo de grande porte".

O dirigente deixou claro que o clube abriria mão de um estádio mais confortável, com melhor estrutura, devido aos custos. "Se hoje o Castelão oferece as melhores condições, por outro lado, custa um valor acima dos padrões naturais. Vamos optar pelo PV neste primeiro momento, não por birra, ou revanche, mas pelo custo da arena. Um jogo no PV, já conhecemos o custo. No Castelão, o custo é bem maior, pois a estrutura é muito grande, necessita de um quadro móvel de muitas pessoas".

Contrato
Para os dirigentes do Ceará, a diferença entre o que os clubes querem e o que o consórcio oferece é considerável. "A diferença financeira para eles é mínima, mas para nós é relevante, se comparar as condições de cada um", finalizou o dirigente do Ceará.

Leão quer redução de custos

Os altos custos para a utilização da Arena Castelão causaram um susto no Fortaleza, que espera a redução dessas despesas, para, assim, poder definir algum contrato de exclusividade, embora junto com o Ceará.

(...) Receita

A receita total das partidas na rodada dupla do último domingo, que marcou a reabertura do Castelão, foi de R$ 590.494,00. O valor, divulgado apenas ontem, inclui os vários tipos de ingressos vendidos para os jogos e foi divulgado no site oficial da Confederação Brasileira de Futebol (CBF)
Divisão de renda

Segundo as informações divulgadas pelo borderô das partidas, o Ceará teria recebido uma renda líquida R$ 83.335,66, enquanto o Fortaleza teria ficado com R$69.207,51.

Despesas
Ao todo, as despesas para a realização dos jogos chegou aos R$ 402.118,68. Chama atenção no borderô o item ´Outras Despesas´, que acumula um valor de R$ 171.425,00

Sócios-torcedores
Ceará e Fortaleza, juntos, têm aproximadamente 13 mil sócios-torcedores adimplentes. No entanto, surpreendentemente, o borderô aponta um número de 16,1 mil ingressos vendidos a essa modalidade de torcedores


E os outros estádios em construção?

Demandarão verbas dos Estados e Municípios (diretas, se ninguém os utilizar fora dos eventos internacionais, ou na forma de subsídio para viabilizar seu uso) para sua manutenção mensal, além da amortização da construção?

Este dinheiro não fará falta na educação, saúde, transportes, etc. das cidades e estados que herdarão este “legado”?


Mais um exemplo do NÃO FUNCIONAMENTO DA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA: a quem os políticos e demais membros dos Poderes da República (em todos os níveis da Federação: Municípios, Estados e União) representam mesmo? Certamente não representam (atendem aos interesses) os cidadãos em nome de quem são eleitos / nomeados. (Comparar com: Em uma Democracia todo o poder deriva do Povo e é por ele exercido).


Dentre as propostas para aperfeiçoar a Democracia, uma que tenho analisado e convidado a explorarmos, ELIMINA O MECANISMO DA REPRESENTAÇÃO (O OVO DA SERPENTE) DEVOLVENDO O PODER AO POVO:

Proposta de cultivo conceitual de outra política (com lógica de crowdsourcing, da política Wiki):

Esta página é um espaço para discussão sobre "Internetocracia" , algo como Democracia intensificada pela WEB...

3 maio 2012 ... A Era que está Nascendo: da Internetocracia (1a. parte).

16 de maio de 2012... Um Internetocracia não pode existir em qualquer nação industrializada hoje porque suas constituições não vão apoiá-la. Isso porque a ...

Política 2.0 - Yes, WIKI CAN:A Era que está Nascendo: da Internetocracia (3a. parte) - Os argumentos contra e suas refutações
16 de outubro de 2012 A Era que está Nascendo: da Internetocracia (3a. parte).


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Atenciosamente.
Claudio Estevam Próspero 
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