sábado, 13 de setembro de 2014

No caminho da Tirania Corporativa - Como as corporações e os seus agentes políticos estão destruindo o sonho americano


CAPÍTULO V 
No caminho da Tirania Corporativa 

Esta cultura representa a realização de um velho ideal de gestão: obter um consentimento universal, não através da força pura e simples, mas com a criação de um ambiente que tornaria impossível a dissidência.
—Mark Crispin Miller

Embora raramente discutido em nossos fluxos hegemônicos de notícias [mainstream: Mídia Corporativa], há uma disputa épica e furiosa de poder, dentro dos Estados Unidos, que coloca a elite corporativa contra os defensores da democracia. Para a elite, os frutos da vitória são muito mais do que apenas os elevados postos de comando da economia global; é todo o nosso sistema político. Isto levanta a pergunta simples: Por que a elite corporativa quer ou precisa de mais poder?

Afinal, eles já desfrutam de salários exorbitantes, os mais altos do mundo livre, enquanto o valor total de suas empresas - abrangendo todo o planeta - excede a de muitos Estados soberanos. Enquanto isso, o mercado de ações, apesar de um mercado de trabalho que está se debatendo, está fazendo um tremendo negócio. No entanto, os mestres do universo ainda não estão contentes.

Por que os líderes de negócios dos Estados Unidos sentem a necessidade de controlar o nosso processo político também? Por que eles devem controlar todo o jogo?

Em relação ao acúmulo de poder, uma coisa é clara: Estes indivíduos nunca estarão satisfeitos, e sua sede de maior influência nunca se apagará. Isso porque quanto mais poder e influência um determinado grupo adquire, mais deseja e necessita. De um ponto de vista maquiavélico, isso é compreensível uma vez que qualquer grupo que acumula autoridade excessiva em breve se tornará o alvo da suspeita e até mesmo repugnância do resto sociedade, que inerentemente entende os perigos da obtenção, por um grupo, de poderes absolutos.

A usurpação do poder que estamos testemunhando hoje, no entanto, é de uma natureza muito mais sutil do que em outros períodos da história. Hoje, a batalha está ocorrendo sem tanta visibilidade, como um tiroteio por trás das portas fechadas do Congresso e dos tribunais, onde os nossos representantes governamentais, vendendo-se como prostitutas baratas para lobistas corporativos, tem destruído qualquer noção de democracia.

A infinita sabedoria de nossa sagrada Constituição está sendo minado por um sistema político que tanto defende quanto é dependente do poder corporativo. Com a Suprema Corte sob as suas asas, nossos super senhores [overlords] políticos e empresariais estão colocando o máximo de espaço possível entre eles e o processo democrático. O povo americano, apesar de alguns bolsões de resistência mais obstinados, são impotentes diante desse sequestros.

Ao mesmo tempo, a comunidade dos jornalistas - membros do chamado Quarto Poder, cuja função é soar o alarme sobre os ataques contra a sociedade civil - são amplamente empregadas pelas mesmas forças das empresas que estão destruindo nossa sociedade. Com exceção de alguns corajosos empreendedores privados, a elite corporativa controla todo o ambiente social e cultural. Através de suas vastas propriedades de mídia, só eles decidem o que é e o que não é importante para a discussão e o debate público.

Eles inundam os mercados de mídia com entretenimento estúpido - de músicas a filmes e revistas - que servem principalmente para perturbar, degradar intelectualmente  e distrair de questões cruciais. Eles nos lembram repetidamente sobre a ameaça terrorista, enquanto a ameaça real para a nossa sociedade continua a rondar Wall Street como uma matilha de lobos raivosos, preparando o bote para sua próxima matança fácil. As pessoas da América, outrora orgulhosas e auto-suficientes, tornaram-se tão sobrecarregadas com assuntos supérfluos que não conseguem reconhecer os seus novos senhores, os senhores corporativos, que nos fornecem alegremente tudo sob o sol - inclusive muitas de nossas próprias opiniões - tudo para nos escravizar.

Entretanto, como as contradições econômicas de nossa sociedade continuam a proliferar, estamos nos aproximando a cada dia de uma guerra de classes total. Aqueles que pensam que isso é um exagero (Warren Buffett e George Soros não pensam) só precisam considerar a forte presença de polícia paramilitar em todos os eventos financeiros globais e as medidas extremas tomadas para eliminar o debate democrático e a oposição.

Apesar de nossos líderes políticos e corporativos verem claramente que a sua agenda global é geralmente repugnante para a maioria das pessoas, isso não os impede de tentar reconstruir o Sonho Americano em conformidade com os interesses de sua própria classe limitada. Eventualmente esse caldeirão fervente de contradições, o qual é visível na desigualdade e na privação de direitos de milhões de americanos, deve explodir sua tampa a menos que seja permitido florescer uma nova visão política.

Tradução das páginas 129 a 131 de:

Midnight in the American Empire: How Corporations and Their Political Servants are Destroying the American Dream2012 Robert Bridge
Meia-noite no Império Americano Como as corporações e os seus agentes políticos estão destruindo o sonho americano2012 Robert Bridge

Ver também tradução do Prefácio e Índice em:

2012 Robert Bridge: Meia-noite no Império Americano-Como corporações e seus agentes políticos estão destruindo o Sonho Americano // Deveria o Mundo dos Negócios ser separado da Política, como foi o caso com a separação entre Igreja e Estado?
http://poltica20-yeswikican.blogspot.com.br/2014/08/2012-robert-bridge-meia-noite-no.html

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

O Sequestro da América - Como as Corporações Financeiras Corromperam os Estados Unidos


Sinopse
Baseado em uma série de documentos judiciais recentemente divulgados, "O Sequestro da América" detalha a extensão dos crimes cometidos na especulação frenética que causou o crack em 2008. Defendendo a tese de que, a partir da administração Reagan, nos anos 1980, os dois maiores partidos políticos americanos se tornaram reféns da elite mais rica e voraz do país, o autor demonstra como a administração Clinton desmantelou os controles regulatórios que protegiam o cidadão médio dos financistas gananciosos; como a equipe de Bush destruiu a base da receita federal, com seus cortes de impostos grotescamente distorcidos a favor dos ricos; e como o primeiro governo de Obama permitiu que criminosos financeiros continuassem a operar sem controle, mesmo depois das supostas "reformas" implementadas após o colapso de 2008.

QUALQUER SEMELHANÇA COM NOSSA SITUAÇÃO (Brasil) ECONÔMICA E POLÍTICA É "MERA COINCIDÊNCIA"?!

Muitos livros já foram escritos sobre a crise financeira, mas há duas razões pelas quais decidi que ainda era importante escrever este.

A PRIMEIRA RAZÃO é que os caras maus escaparam e, surpreendentemente, houve pouco debate público a esse respeito. Quando recebi o Oscar de melhor documentário em 2011, eu disse: “Três anos após uma horrível crise financeira causada por fraude em massa, nenhum executivo financeiro foi para a cadeia. E isso é errado.” Questionados posteriormente sobre a falta de processos, altos funcionários do governo Obama responderam de maneira evasiva, sugerindo que não havia acontecido nada ilegal ou que as investigações prosseguiam. Nenhum dos principais candidatos republicanos à presidência levantou o assunto.

No começo de 2012 não havia ainda um único processo penal contra um alto executivo financeiro relacionado à crise financeira. Nem o governo federal fez qualquer tentativa séria de usar ações civis, confisco de bens ou liminares para multar ou obter indenizações dos responsáveis por lançar a economia mundial na recessão. Não porque não tenhamos evidências de comportamento criminoso. Desde o lançamento do meu filme surgiu um grande volume de material novo, em especial a partir de processos particulares, que revela – por intermédio de trocas de e-mails e outras provas – que muitos banqueiros, incluindo altos administradores, sabiam exatamente o que estava acontecendo, e que isso era altamente fraudulento.

(...) Há hoje evidências esmagadoras de que ao longo dos últimos trinta anos o setor financeiro dos Estados Unidos se tornou um setor sem princípios. À medida que sua riqueza e seu poder aumentavam, ele subverteu o sistema político do país (incluindo os dois partidos políticos), o governo e instituições acadêmicas de modo a se livrar de controle externo. À medida que a desregulamentação avançou, o setor financeiro se tornou cada vez mais antiético e perigoso, gerando crises cada vez maiores e uma criminalidade cada vez mais flagrante. Desde os anos 1990 seu poder tem sido suficiente para proteger os banqueiros não apenas de uma regulamentação efetiva, mas da própria legislação penal. O setor financeiro é hoje um setor parasitário e desestabilizador que constitui um grande empecilho ao crescimento econômico americano.

Isso significa que processos penais não são apenas uma questão de vingança, ou mesmo de justiça. Punição de verdade para o crime financeiro em grande escala é um elemento vital da rerregulamentação financeira, que por sua vez é essencial para a saúde econômica e a estabilidade dos Estados Unidos (e do mundo). Regulamentação é bacana, mas a ameaça de prisão faz a pessoa se concentrar. Um conhecido especialista, o gângster Al Capone, disse uma vez: “Você pode ir muito mais longe na vida com uma palavra gentil e uma arma do que apenas com uma palavra gentil.” Se os executivos financeiros souberem que irão para a cadeia ao cometer grandes fraudes que ameacem a economia mundial, e que sua riqueza ilegal será confiscada, provavelmente terão uma tendência muito menor a cometer tais fraudes e causar crises financeiras globais. Então, uma razão para escrever este livro é apresentar em detalhes claros os argumentos para processos penais. Neste livro demonstro que muito do comportamento por trás da bolha e da crise foi literalmente criminoso, e que a falta de processos é quase tão ultrajante quanto o comportamento original do setor financeiro.

A SEGUNDA RAZÃO pela qual decidi escrever este livro foi que a ascensão das finanças predatórias é ao mesmo tempo causa e sintoma de uma mudança mais ampla e ainda mais perturbadora na economia e no sistema político dos Estados Unidos. O setor financeiro está no cerne de uma nova oligarquia que ascendeu ao poder nos últimos trinta anos, e que modificou profundamente a vida americana. Os capítulos finais deste livro são dedicados a analisar como isto aconteceu e o que significa.

A partir de 1980 a sociedade americana começou a passar por uma série de alterações profundas. Desregulamentação, redução da aplicação das leis antitruste e mudanças tecnológicas levaram a uma concentração crescente na indústria e nas finanças. O dinheiro começou a desempenhar um papel maior e mais corruptor na política. Os Estados Unidos ficaram atrás de outros países em educação, infraestrutura e no desempenho de suas principais indústrias. A desigualdade aumentou. Como resultado dessas e de outras mudanças, os Estados Unidos estavam se transformando em um jogo de cartas marcadas – uma sociedade que nega oportunidades aos que não são filhos de famílias ricas, uma sociedade que se assemelha mais a uma ditadura terceiro-mundista do que a uma democracia avançada.

(...) nos últimos trinta anos os Estados Unidos foram tomados por uma oligarquia financeira amoral, e o sonho americano de oportunidade, educação e mobilidade social está hoje em grande medida limitado ao pequeno percentual mais abastado da população. As políticas federais estão sendo cada vez mais ditadas pelos ricos, pelo setor financeiro e por outros setores poderosos (embora algumas vezes muito mal administrados) como telecomunicações, assistência médica, automobilístico e energético. Essas políticas são implantadas e louvadas pelos servos voluntários desses grupos, em especial a liderança cada vez mais comprada dos partidos políticos, da academia e da indústria do lobby americanos.

Caso não seja interrompido, esse processo transformará os Estados Unidos em uma sociedade decadente e injusta com uma população empobrecida, raivosa e ignorante sob o controle de uma pequena elite ultrarrica. Tal sociedade seria não apenas imoral, mas também instável e perigosamente fértil para o extremismo religioso e político.

Até o momento os dois partidos políticos foram muito inteligentes e eficazes em esconder essa nova realidade. De fato, os dois partidos criaram uma espécie inovadora de cartel – um acerto que chamei de duopólio político americano, e que analiso detalhadamente mais à frente. Os dois partidos mentem sobre o fato de que se venderam ao setor financeiro e aos ricos. Até agora eles tiveram bastante sucesso com a mentira, em parte ajudados pelo enorme volume de dinheiro que é gasto hoje com propaganda política enganosa e manipuladora. Mas isso não pode durar indefinidamente; os americanos estão ficando com raiva, e mesmo quando equivocadas ou mal informadas, as pessoas têm uma sensação profunda, visceral, de que estão sendo sacaneadas. Tanto o movimento conservador Tea Party quanto o Occupy Wall Street são pequenos sinais iniciais disso.

(...) Antes de entrarmos no cerne dessas questões, eu talvez devesse fazer um comentário sobre minhas convicções. Não sou contra empresas, lucros ou enriquecimento. 

Não tenho nenhum problema com pessoas ficando bilionárias – caso consigam isso vencendo uma disputa justa, caso suas realizações justifiquem isso, caso paguem sua parcela justa de impostos e caso não corrompam sua sociedade. As pessoas que fundaram a Intel ficaram muito ricas – e isso é ótimo. Elas tinham doutorado em física. Elas trabalharam muito duro. Trataram seus funcionários com justiça. E nos deram mil vezes mais do que tomaram. Em sua primeira década de operações, a Intel inventou microprocessadores e as três formas mais importantes de memórias de semicondutores. Um dos fundadores da Intel – Robert Noyce, que eu uma vez tive a honra de conhecer – foi ele mesmo um dos inventores do circuito integrado. Não tenho nenhum problema com o fato de que Bob Noyce, Gordon Moore e Andy Grove ganharam muito dinheiro. O mesmo vale para Larry Ellison, da Oracle; Steve Jobs e Steve Wozniak, da Apple; os fundadores de Google, eBay, Craigslist, Amazon e Genentech, e, a propósito, Warren Buffett.

Mas não foi assim que a maioria das pessoas citadas neste livro ficou rica. A maioria delas ficou rica por conta de boas ligações e falta de escrúpulos. E elas estão criando uma sociedade na qual se pode cometer crimes econômicos terrivelmente daninhos com impunidade, e na qual apenas os filhos dos ricos têm a oportunidade de fazer sucesso.

É com <ISSO> que eu tenho problemas. E acho que a maioria das pessoas concorda comigo.


(...) Para a maioria dos americanos, há muitos anos salários e renda familiar total têm se mantido estáveis ou diminuído. A crise financeira, a recessão e a recuperação” sem empregos que os Estados Unidos experimentaram desde 2008 são apenas a mais recente e pior provação de um processo que começou muitos anos antes. De fato, mesmo durante a prosperidade artificial da bolha financeira de 2001-2007 os salários dos americanos médios permaneceram estáveis ou diminuíram, enquanto a renda dos ricos disparou.

Nenhum outro país desenvolvido, nem mesmo a Grã-Bretanha com sua tradicional divisão social, chega perto das extremas desigualdades de renda e riqueza dos Estados Unidos em 2002. Entre 2001 e 2007, os anos da grande bolha financeira, o 1% superior das famílias americanas ficou com metade do crescimento total de renda do país. Não costumava ser assim; a mudança começou nos anos 1980. A parcela de renda tributável da camada superior de 1%, incluindo ganhos de capital, passou de 10% em 1980 para 23% em 2007. É a mesma percentagem que vigorara em 1928, e aproximadamente o triplo da parcela que o 1% mais alto detinha nos anos 1950 e 1960, quando os Estados Unidos tinham um crescimento econômico muito maior e nenhuma crise financeira. Com a queda violenta das ações desde a quebra financeira, a parcela do 1% superior caiu para “apenas” 17% em 2009, mas depois subiu novamente para cerca de 20%. Hoje a riqueza americana é ainda mais concentrada que a renda – o 1% mais rico dos americanos possui cerca de um terço de toda a riqueza líquida do povo americano, e mais de 40% de toda a riqueza financeira dos Estados Unidos. Isso é mais que o dobro da parcela detida pela camada inferior de 80% da população.5

Em consequência, nem todos sofreram na década anterior; CEOs, o setor financeiro, o de energia, lobistas e os filhos dos já ricos se saíram bem. Desde 2000 as quatro maiores petroleiras americanas acumularam mais de 300 bilhões de dólares em lucros excedentes – definidos como lucros acima da taxa de lucro da década anterior. Os bônus dos bancos de investimento foram enormes também – estimados em 150 bilhões de dólares ao longo da década. O salário anual médio dos banqueiros de Nova York, que hoje é de 390 mil dólares, permaneceu basicamente igual mesmo depois que o setor entrou em colapso em 2008.

O outro lado do aumento da desigualdade no país é um declínio obsceno e moralmente indefensável da justiça da sociedade americana – em educação, oportunidade de emprego, renda, riqueza e mesmo saúde e expectativa de vida. Com exceção das famílias ricas, as crianças nos Estados Unidos têm hoje menos educação que os pais, e irão ganhar menos dinheiro que eles. Ainda pior, as oportunidades e as vidas dos jovens americanos são cada vez mais determinadas pela riqueza dos pais, não por suas próprias capacidades ou seus esforços.

Muitos americanos sem dúvida ainda acreditam no sonho americano. É o caso de pensar por quanto tempo conseguirão sustentar essa ilusão, pois os Estados Unidos estão se transformando em um dos países industrializados mais injustos, mais rígidos e com menos mobilidade social. Nos Estados Unidos, hoje, a renda familiar tem peso de aproximadamente 50% para determinar as perspectivas econômicas de um filho durante a vida. Alemanha, Suécia e mesmo a França, com sua forte estrutura de classe, são hoje sociedades mais justas e com maior mobilidade social que os Estados Unidos – em média a renda familiar tem peso de apenas cerca de 30% na determinação do desempenho da geração seguinte. As sociedades realmente igualitárias com grande mobilidade são Canadá, Noruega, Dinamarca e Finlândia, onde a renda dos pais responde por apenas cerca de 20% dos ganhos de um filho durante a vida. Mesmo muitos países “em desenvolvimento”, como Taiwan e Coreia do Sul, têm hoje graus de oportunidade e igualdade superiores aos dos Estados Unidos.

(...) Pairando acima de tudo isso há uma impressionante, embora completamente cínica, inovação por parte dos políticos americanos: o duopólio político. Ao longo do último quarto de século os líderes dos dois partidos políticos aperfeiçoaram um sistema impressionante de permanecer no poder enquanto servem à nova oligarquia dos Estados Unidos. Ambos recebem um enorme volume de dinheiro, sob muitas formas – doações de campanha, lobbies, contratações pelo setor privado, favores e acesso especial de diversos tipos. Políticos dos dois partidos enriquecem e traem os interesses do país, incluindo a maioria das pessoas que votaram neles. Mas os dois partidos ainda conseguem apoio porque exploram habilmente a polarização cultural dos Estados Unidos. Os republicanos alertam os conservadores para os perigos de secularismo, impostos, aborto, bem-estar social, casamento gay, controle de armas e liberais. Os democratas alertam os social-liberais para os perigos de armas, poluição, aquecimento global, proibição do aborto e conservadores. Ambos os partidos fazem uma cena pública de como seus confrontos são ácidos e como seria perigoso que o outro partido chegasse ao poder, enquanto se prostituem com o setor financeiro, indústrias poderosas e os ricos. Assim, a própria intensidade das diferenças entre os dois partidos quanto a “valores” permite a eles cooperar no que diz respeito a dinheiro.

TRECHOS ACIMA EXTRAÍDOS DE:
Pages from FERGUSON_OSequestroDaAmerica_28-01-13

VER TAMBÉM:
Charles Ferguson: "O setor financeiro pode fazer estragos enormes"
O documentarista e escritor americano afirma que uma elite financeira “sequestrou” a política dos Estados Unidos. Para ele, nada mudou no país desde a crise de 2008
RODRIGO TURRER - 01/08/2014 07h01 - Atualizado em 01/08/2014 08h19


2012 Robert Bridge: Meia-noite no Império Americano-Como corporações e seus agentes políticos estão destruindo o Sonho Americano // Deveria o Mundo dos Negócios ser separado da Política, como foi o caso com a separação entre Igreja e Estado?

sábado, 30 de agosto de 2014

Grupo Estado Islâmico > Guerra ao Terror trilhando o mesmo "caminho de sucesso" da Guerra às Drogas, iniciada por Richard Nixon (!): bilhões gastos em militarização/corporações mercenárias => aumento constante do que DIZEM querer erradicar!!!


Nas imagens acima:

Nixon: "Nós fechamos o cerco ao vício em drogas nos EUA. O vício em drogas nos EUA está sob controle."

Após 40 anos lutando na guerra às drogas, é mais fácil comprar maconha do que comprar cerveja!

47% dos americanos, acima de 12 anos, admitiram que usaram drogas ilegais!

Bush (filho): Missão cumprida (na Guerra ao Terror - Iraque)  [?!]

(...) Nos últimos três anos, os extremistas se aproveitaram do vazio de poder criado pela guerra civil da Síria, se infiltraram entre os rebeldes sírios, roubaram armas enviadas pelos americanos para tentar derrubar o regime do ditador Bashar Al-Assad, enfrentaram os próprios rebeldes de quem foram aliados e tomaram mais de 30% da Síria, inclusive campos de petróleo, que agora ajudam a financiar o terrorismo. Em junho, os extremistas avançaram pelo Iraque, conquistaram, entre outras, a segunda maior cidade iraquiana, Mosul. E estão a 100 quilômetros de Bagdá.

Há duas semanas, para conter o avanço dos extremistas, a Força Aérea Americana atacou o Iraque pela primeira vez em quase três anos. Segundo Barack Obama, foi para proteger cidadãos americanos que trabalham na região e milhares de iraquianos cercados pelo Estado Islâmico.

Depois da execução do jornalista James Foley, Obama ganhou mais um argumento. O secretário de Defesa americano, Chuck Hagel, agora diz que o Estado Islâmico não é 'apenas um grupo terrorista'. "Eles unem ideologia com sofisticação militar e são extremamente bem financiados. Vai além de tudo o que nós já vimos", ele afirma.

Seriam, portanto, mais organizados, ricos e perigosos até do que a rede terrorista Al-Qaeda, que derrubou as Torres Gêmeas do World Trade Center em 11 de setembro de 2001.

Um documentário produzido pelo canal de notícias da revista canadense Vice mostra em detalhes as ambições e a crueldade dos extremistas na Síria. O documentarista foi guiado por Abu Mosa, o homem que se apresenta como assessor de imprensa do Estado Islâmico. Abu Mosa aparece na gravação enfrentando as tropas do ditador sírio Bashar al-Assad e desafiando os Estados Unidos: "Não sejam covardes, atacando nossos homens com veículos não-tripulados. Mandem seus soldados, como aqueles que humilhamos no Iraque".  (...)

Texto completo:
Edição do dia 24/08/2014
24/08/2014 23h39 - Atualizado em 25/08/2014 13h44
Estado Islâmico: conheça o grupo radical que espalha terror pela Síria e Iraque
Grupo radical deseja criar um governo próprio no Oriente Médio e ainda quer chegar à Turquia.


O custo da Guerra às Drogas

A estimativa é que já tenha sido gasto US$ 1 trilhão nessa guerra, e que 40% da população carcerária mundial esteja presa por causa das drogas

Pesquisa publicada pela London School of Economics "Acabando com a guerra das drogas" aponta que a redução do consumo de drogas será mais eficiente por meio da redução de danos e da mudança no foco das políticas públicas, sendo necessário buscar alternativas, como fez José Mujica no Uruguai, e que esse não é um problema apenas de saúde pública, mas também de economia. A estimativa é que já tenha sido gasto US$ 1 trilhão nessa guerra, e que 40% da população carcerária mundial esteja presa por causa das drogas 

Guerra contra as drogas

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.  http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_contra_as_drogas

guerra contra as drogas é o termo comumente aplicado à proibição e intervenção militar feita pelo governo dosEstados Unidos para acabar com a produção, o consumo e o tráfico de drogas, o termo foi usado pelo presidente Richard Nixon numa grande ofensiva inspirada numa convenção da ONU de combate às drogas em 1962.

Em junho de 2011 a Comissão Global de Política de Drogas declarou: "A guerra global contra as drogas falhou, com consequências devastantes para indivíduos e sociedades pelo mundo. Cinquenta anos após o início da Convenção de Narcóticos da ONU, e anos depois do presidente Nixon ter lançado a guerra contra as drogas, reformas fundamentais em controle global de drogas nacional e internacionalmente são urgentemente necessárias"[1]

Ver também


Política de guerra às drogas gera apenas violência e exclusão social

João Pedro Pádua - Especial para o UOL09/06/201406h00  http://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2014/06/09/politica-de-guerra-as-drogas-gera-apenas-violencia-e-exclusao-social.htm

A política de guerra às drogas é um sucesso inegável.  Afinal, pelo menos desde quando o termo foi explicitamente veiculado e difundido por Richard Nixon em 1971, nenhuma outra política pública, abraçada por mais de um país, conseguiu segregar tão bem uma população marginalizada durante tanto tempo e com tanta abrangência.

No entanto, como em toda guerra, a vantagem de um é a desvantagem de muitos. E a guerra às drogas tem várias vantagens para os seus defensores: ela não envolve toda a população na guerra, apenas os que já serão marginalizados de qualquer jeito, como pretos, pardos e pobres.

A guerra não envolve substâncias psicoativas de elite, como calmantes e álcool e, mesmo em relação às substâncias psicoativas ilícitas, quem pertence à elite social e quer usar drogas consegue facilmente essas substâncias.

Várias autoridades e eleitores já perceberam que a política de guerra às drogas, além de gerar violência e exclusão social, sabota o próprio fim a que ela supostamente se destina: promover a saúde das pessoas. 
(..)

Estudo britânico pede fim de guerra às drogas e defende novas estratégias


Estudo de uma das mais prestigiadas universidades britânicas aponta para o fracasso da “guerra” contra as drogas no mundo e defende uma nova estratégia de controle do seu mercado e respectivo consumo, incluindo apoio a iniciativas de legalização.

A London School of Economics divulgou oficialmente nesta quarta-feira o trabalho intitulado “Acabando com a guerra das drogas” e respaldado por cinco prêmios Nobel de Economia (Kenneth Arrow, Christopher Pissarides, Thomas Schelling, Vernon Smith e Oliver Williamson).

O relatório classifica como “positiva” a decisão do Uruguai de regulamentar o cultivo e o comércio da maconha. A lei foi assinada anteontem pelo presidente José Mujica.

O controle à rota internacional não se mostra efetivo na prática, por exemplo. Um “corredor” é fechado, mas outro é aberto para transportar a droga. “A repressão num país pode afetar outros”, diz o relatório.


Cinco prêmios Nobel pedem o fim da guerra contra as drogas

Relatório da London School of Economics foi publicado nesta terça-feira. Autoridades internacionais também assinam documento.

Da France Presse  http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/05/cinco-premios-nobel-pedem-o-fim-da-guerra-contra-as-drogas.html   06/05/2014 09h20 - Atualizado em 06/05/2014 09h33

Cinco vencedores do prêmio Nobel, um ex-secretário de Estado americano, dois ministros latino-americanos e outras personalidades pediram o fim da guerra contra as drogas em um relatório da London School of Economics publicado nesta terça-feira (6).

"Ending the Drug Wars" (Acabando com a guerra das drogas) é o nome do documento da instituição universitária britânica, que tem um prefácio assinado por várias personalidades.

"É hora de acabar com a 'guerra contra a droga' e destinar os recursos em massa para políticas efetivas baseadas em evidências e apoiadas em análises econômicas rigorosas", afirma o prólogo.

O texto está assinado por George Shultz (chefe da diplomacia americana entre 1982 e 1989, no governo de Ronald Reagan), pelo espanhol Javier Solana (chefe da diplomacia europeia de 1999 a 2009) e por cinco vencedores do Nobel de Economia: Kenneth Arrow (1972), Christopher Pissarides (2010), Thomas Schelling (2005) Vernon Smith (2002) e Oliver Williamson (2009).

A lista de signatários inclui autoridades como o vice-primeiro-ministro britânico Nick Clegg, o presidente da Polônia, Aleksander Kwasniewski, o chanceler guatemalteco, Luis Fernando Carrera Castro, e o ministro da Saúde colombiano, Alejandro Gaviria.

"A insistência na estratégia militarizada e policial de 'guerra contra as drogas' mundial deu resultados muito negativos e provocou danos colaterais", afirma o prefácio em forma de manifesto.

Os resultados negativos são as "detenções em massa nos Estados Unidos, políticas altamente repressivas na Ásia, uma enorme corrupção e desestabilização política no Afeganistão e oeste da África, uma imensa violência na América Latina (...) e a propagação de abusos sistemáticos aos direitos humanos em todo o mundo".

É necessária uma nova estratégia mundial, afirmam as personalidades, baseada em "princípios de saúde pública, contenção de danos, redução do impacto do mercado ilegal, acesso ampliado a medidas essenciais, minimização do consumo problemático, experimentação regulatória rigorosamente monitorada, e um compromisso inflexível com os princípios dos direitos humanos".

O governo dos Estados Unidos, país que é o principal consumidor mundial das drogas, é o que mais estimula a repressão ao consumo e comércio das substâncias, uma estratégia iniciada nos anos 1960.

América Central, Colômbia e México recebem ajuda americana para combater o tráfico, mas ao custo de muitas mortes - 28.000 no México desde 2006. Nos últimos anos os pedidos de mudança de estratégia aumentaram consideravelmente.

O custo da Guerra às Drogas
Portal Libertarianismo

Publicado em 19/10/2012
17 de junho de 2011 foi o 40º aniversário da Guerra contra as Drogas, de Nixon. Você já parou para pensar o quanto ela custa e se vale mesmo a pena?


-- 
Atenciosamente. 

Claudio Estevam Próspero 
_____________________


<Blogs pessoais temáticos>:
----------------------------------
[Automação e Inteligência Organizacional] http://automacao-inteligencia-organizacional.blogspot.com.br/


[Criatividade e Inovação] http://criatividadeinovao.blogspot.com/

[Governança e Liderança em Redes Sociais] http://redessociaisgovernanaliderana.blogspot.com/



[Política 2.0 - Yes, WIKI CAN] http://poltica20-yeswikican.blogspot.com/

[Reflexões Econômicas] http://reflexeseconmicas.blogspot.com/

[Sinapses de Gaia] http://sinapsesgaia.blogspot.com/

<Comunidades>:
-------------------
(Escola de Redes [E = R]) http://escoladeredes.ning.com/  
(Românticos Conspiradores [RC]) http://romanticos-conspiradores.ning.com/

Antes de imprimir, pense em sua responsabilidade e compromisso com o MEIO AMBIENTE. 
Nossa Espécie (Homo Sapiens Sapiens Demens - Edgar Morin) Agradece!


2012 Robert Bridge: Meia-noite no Império Americano-Como corporações e seus agentes políticos estão destruindo o Sonho Americano // Deveria o Mundo dos Negócios ser separado da Política, como foi o caso com a separação entre Igreja e Estado?




     Hoje, os economistas, corporações empresariais e instituições financeiras estão atraindo os tiros dentro de nossa democracia, e isso tem tido um impacto significativo em outras áreas da vida que não estão diretamente relacionados com negócios. A agenda corporativa não tem nenhum respeito para com as áreas mais sensíveis da vida, como a cultura, a filosofia e o meio ambiente. Portanto, é necessário cuidar dos assuntos que ficam fora do cenário imediato da economia, e que são extremamente vulneráveis ​​a invasões por forças concentradas de poder econômico.

      O espectro do poder empresarial que influencia todos os aspectos de nossas vidas, desde os tipos de programas que nossos filhos estão assistindo na televisão, a extensão em que as empresas patrocinam nossas campanhas presidenciais, até mesmo a nossa forma de fazer guerra - vai ao cerne de nosso patrimônio nacional. Na verdade, ele vai ao coração do que significa ser americano.

     O poder corporativo atingiu um grau de influência em nossa vida diária, que teria sido condenado como absolutamente escandaloso por nossos Pais Fundadores. Assim, é nosso dever patriótico decidir se o nível atual de poder e influência corporativa é destrutivo para a república, a longo prazo. Se chegarmos à conclusão de que é, então agora é a hora de agir. As decisões que tomarmos (ou deixarmos de tomar) neste momento histórico crítico afetarão para sempre o curso do destino da nossa nação.

Deveria o Mundo dos Negócios ser separado da Política, como foi o caso com a separação entre Igreja e Estado?

Prefácio
     Nós, o povo [norte-] americano, estamos agora enfrentando uma ameaça definitiva: apesar de nossa devoção feroz a independência e liberdade, um punhado de empresas poderosas e interconectadas atendem todas as nossas necessidades sociais e culturais. Elas nos alimentam,vestem e nos dão uma hipoteca. Elas entregam notícias e entretenimento em nossas salas de estar 24/7 (24 horas por dia, 7 dias por semana). Quando a dor e o sofrimento são muito grandes,eles nos vendem o medicamento caro. Como a maioria das oportunidades empreendedoras foi consumida por estes monstros monolíticos, dependemos de empresas para nos fornecer empregos e uma aposentadoria decente. Em suma, nós dependemos de corporações para tudo.O Sonho Americano, no entanto, nunca será encontrado em uma prateleira do Wal-Mart. A trágica ironia da nossa situação é que, ao mesmo tempo em que as corporações fornecem-nos tudo, eles tiram o que há de mais precioso: a nossa independência, liberdade e democracia.

     A agenda principal da América corporativa não é mais simplesmente a tarefa de fazer dinheiro.Seu objetivo é controlar as esferas econômicas, social e políticas, e essa tarefa está quase cumprida. Em oposição direta ao espírito da Constituição dos EUA, este usurpador comprou uma presença dominante no interior do nosso sistema político bi-partidário, no entanto, não é controlado / responsabilizável pelo devido processo democrático. Desde a recente aprovação de legislação ferozmente pró-negócios, a um aparato de lobby bem financiado e financiamento de campanhas eleitorais, os nossos representantes no governo tornaram-se os servos submissos de interesses corporativos. Como um câncer rapidamente se espalhando, o poder corporativo sem controle está infligindo danos irreparáveis ​​ao corpo político; ele deve ser removido antes que a república sofra colapso total. No entanto, fechamos nossos olhos para a nossa situação, na crença de que as corporações e as pessoas que as gerenciam são, de alguma forma, um complemento ao processo democrático. Eles não são.

     Enquanto, as entidades corporativas se tornam as novas estrelas do jogo dentro de nossas comunidades, nós, o povo - os indivíduos rudes que fizemos a América grande - só podemos assistir passivamente, à margem do campo da partida. Esta dramática inversão de papéis nos foi imposta por uma série de decisões judiciais impressionantes que concederam "pessoalidade" às corporações, enquanto lhes permite evitar os desprazeres que vêm com essa designação (como morrer polidamente, pagar sua parte justa da carga fiscal e permanecer fora da arena política, por exemplo). Este sequestro corporativo foi possível graças à colaboração   inconstitucional entre os mundos empresarial e político.

     De Main Street a Wall Street, no entanto, as pessoas estão começando a fazer algumas perguntas difíceis a respeito desta captura sem precedentes de poder. Por exemplo, onde os limites da sociedade civil e do mundo corporativo começam e terminam? Quais são as consequências para a nossa herança democrática se não houver fronteiras definidas separando a esfera política da econômica? O que essa  transformação radical significa para o nosso sistema político, que é amplamente dominado por dois partidos, os quais recebem do mundo corporativo a parcela do leão de seu financiamento de campanha? Deveria o mundo dos negócios ser separado da política, como foi o caso com a separação entre igreja e estado? Finalmente, o que o crescimento do poder corporativo significa para o nosso "individualismo áspero", que garante aos homens e mulheres, como indivíduos, o direito de competir contra outros indivíduos (como o capitalismo originalmente pretendia), ao invés de contra organizações monstruosas e sem rosto?

   O mundo regularmente otimista das grandes empresas, muito antes da crise financeira de 2008 ter explodido em cena, estava começando a expressar preocupações semelhantes sobre o que está se tornando o principal problema dos nossos tempos. "Velhas certezas", escreveu o Financial Times, em um editorial sincero de Primeiro de Maio "foram substituídas por uma visão de um mundo sem lei, fora do controle dos indivíduos, em que as empresas com fins lucrativos atropelam livremente as culturas locais. Embora poucas pessoas pareçam preparadas para sacrificar as vantagens do capitalismo, muitos anseiam de alguma forma  por fechar as persianas." [1]

    Até mesmo o próprio maestro da economia, Alan Greenspan, que serviu por quase duas décadas, como presidente do Federal Reserve Board, admitiu que apesar da eliminação do comunismo como um rival, o capitalismo e a globalização também não estão fora de perigo."Embora o planejamento central não seja mais uma forma acreditável de organização econômica, está claro que a batalha intelectual por seu rival  - capitalismo de mercado livre e globalização -está longe de ser ganha", escreveu ele. Então, depois de fornecer uma ladainha das grandes conquistas do capitalismo, como a redução da pobreza e o aumento da expectativa de vida, Greenspan admitiu que, para muitos, "o Capitalismo ainda parece difícil de aceitar, menos ainda de abraçar totalmente. " [2]

    De acordo com uma pesquisa recente, a fé no livre mercado atingiu seu ponto mais baixo de todos os tempos, nos Estados Unidos. Em 2002, 80 por cento dos norte-americanos entrevistados por GlobeScan, uma agência de pesquisas, concordou "fortemente" ou "pouco" que o livre mercado era o melhor sistema econômico para organização de nossa sociedade. Até 2010, o número de indivíduos que declararam fé inabalável em mercados livres caiu para 59 por cento dos inquiridos. Nos estratos menos favorecidos de norte-americanos, aqueles que ganham menos de US $ 20.000, "a fé no capitalismo caiu de 76% para 44% em apenas um ano.”  [3]

Financial Times, May 1, 2001, 12.
2 Alan Greenspan, The Age of Turbulence (London: Penguin Books, 2008), 267–268.
3 “Market troubles,” The Economist, April 6, 2011. For G lobeScan data, see

    Quando ajustado corretamente, o capitalismo corporativo é o motor que guia algumas das maiores conquistas da humanidade. Quando ele sai de sincronia, no entanto, é o sistema econômico mais perigoso jamais  concebido, e certamente o mais vulnerável a reação pública. De fato, à luz do movimento popular contra a globalização, muitas pessoas sentem que este grande experimento está pendurado ao final de sua corda de esperança espiritual e física. Tais sentimentos foram apenas exasperados com a crise econômica de 2008, que testemunhou os culpados desta crise global, ou seja, as instituições financeiras e as corporações transnacionais, escaparem  incólumes graças em grande parte a uma ajuda maciça dos governos [bailout e buy-in:assistência financeira a uma empresa ou a economia para salvá-la da falência / compra de ações].  Este assalto em plena luz do dia levou a níveis de tirar o fôlego a consciência das desigualdades econômicas, sociais e políticas, o que não pode mais ser ignorado.

     Hoje, os economistas, corporações empresariais e instituições financeiras estão atraindo os tiros dentro de nossa democracia, e isso tem tido um impacto significativo em outras áreas da vida que não estão diretamente relacionados com negócios. A agenda corporativa não tem nenhum respeito para com as áreas mais sensíveis da vida, como a cultura, a filosofia e o meio ambiente. Portanto, é necessário cuidar dos assuntos que ficam fora do cenário imediato da economia, e que são extremamente vulneráveis ​​a invasões por forças concentradas de poder econômico. O espectro do poder empresarial que influencia todos os aspectos de nossas vidas, desde os tipos de programas que nossos filhos estão assistindo na televisão, a extensão em que as empresas patrocinam nossas campanhas presidenciais, até mesmo a nossa forma de fazer guerra - vai ao cerne de nosso patrimônio nacional. Na verdade, ele vai ao coração do que significa ser americano.

     O poder corporativo atingiu um grau de influência em nossa vida diária, que teria sido condenado como absolutamente escandaloso por nossos Pais Fundadores. Assim, é nosso dever patriótico decidir se o nível atual de poder e influência corporativa é destrutivo para a república, a longo prazo. Se chegarmos à conclusão de que é, então agora é a hora de agir. As decisões que tomarmos (ou deixarmos de tomar) neste momento histórico crítico afetarão para sempre o curso do destino da nossa nação.

     Hoje, mais do que nunca, o grande debate sobre a globalização exige uma entrada de novas vozes. Afinal, não são apenas os economistas, os banqueiros e os políticos que têm interesses nesta grande transformação da vida americana. E, ao contrário de muitos acadêmicos e estadistas, que nunca tiveram o prazer de trabalhar no interior do próprio sistema que eles defendem apaixonadamente, muitos de nós, incluindo o autor, temos experimentado a globalização em primeira mão, de dentro do ventre da besta corporativa. Durante a minha longa relação com o mundo corporativo, cheguei à conclusão de que algo está conspicuamente ausente dentro deste sistema. Esse algo, eu acredito, não é nada menos do que a democracia.

      Os líderes empresariais “tocam trombetas” regularmente sobre as virtudes do "livre mercado", ao mesmo tempo ignorando como os indivíduos são tratada dentro desse sistema "livre". Enquanto o caminho para a felicidade torna-se cada vez mais privatizado nas mãos de uns poucos indivíduos poderosos e suas organizações intocáveis​​, corremos o risco de chegarmos a um ponto de não retorno, quando o povo, finalmente entendendo que a sua voz não pode coincidir com a dos ‘super senhores das corporações’ [corporate overlords], utilizará outros meios menos salubres de exigir justiça. Escusado será dizer que tal curso de ação destrutiva deve ser evitado a todo o custo. Na ausência de algum tipo de "democracia corporativa”, para nos defender contra organizações infinitamente poderosas, nenhum partido político pode protelar a  solução destas muitas injustiças. As questões são supranacionais e exigem todo um novo ‘modus operandi’.

     Finalmente, este livro faz uma pergunta simples que não tem resposta simples: Como nós podemos, como cidadãos e consumidores de uma democracia capitalista, lidar com as mudanças sem precedentes, culturais, sociais e políticas, que a globalização em geral e empresas em particular, têm forçado sobre nós? É dado como certo que a mudança, em todos os seus vários trajes, é uma parte inevitável da vida moderna e, em sua maior parte, uma coisa positiva. Assim, nós silenciosamente aceitamos as novas regras radicais do jogo global: empregos estáveis, com benefícios decentes, são uma raridade cada vez maior, a reciclagem profissional para acompanhar as mudanças tecnológicas é uma interminável exigência, enquanto nossas comunidades locais se transformaram em terreno de manobra para as empresas transnacionais. Ao mesmo tempo em que se espera que aceitemos a reforma radical [radical makeover] da nossa nação, nós temos submetido nossa voz política ao mundo corporativo. Esta situação, que é desprovida da até mais fraca noção de democracia, é inaceitável.

      Antes de o pêndulo social oscilar de volta, em uma reação menos racional ao que se tornou prevaricação corporativa em nível excessivo, precisamos trazer de volta os rudes indivíduos norte-americanos a seu devido lugar na ordem natural das coisas: como os protagonistas dentro de seus muito diversos bairros e comunidades. As corporações podem ser muitas coisas que o sistema legal quer que elas sejam, mas nunca serão substitutas para o ser humano.
3 de Abril de 2012



Texto acima é tradução do prefácio de:

Midnight in the American Empire: How Corporations and Their Political Servants are Destroying the American Dream

2012 Robert Bridge

Prefácio. v

CAPÍTULO I. 1
Cuidando dos Negócios (como de costume)

CAPÍTULO II. 41
O Norte-Americano Incrivelmente Encolhido

CAPÍTULO III. 67
A Guerra Americana (EUA) das Corporações contra os Trabalhadores

CAPÍTULO IV. 91
Recuperando os Bens Comuns do Poder Corporativo

CAPÍTULO V. 129
No Caminho para a Tirania Corporativa

CAPÍTULO VI. 161
Fundações Rachadas da Globalização

CAPÍTULO VII. 179
O Declínio e Morte do Império Americano

INDEX. 203


Vamos conversar?
Conhecer para aperfeiçoar e defender a Democracia


-- 
Atenciosamente. 

Claudio Estevam Próspero 
_____________________


<Blogs pessoais temáticos>:
----------------------------------
[Automação e Inteligência Organizacional] http://automacao-inteligencia-organizacional.blogspot.com.br/


[Criatividade e Inovação] http://criatividadeinovao.blogspot.com/

[Governança e Liderança em Redes Sociais] http://redessociaisgovernanaliderana.blogspot.com/



[Política 2.0 - Yes, WIKI CAN] http://poltica20-yeswikican.blogspot.com/

[Reflexões Econômicas] http://reflexeseconmicas.blogspot.com/

[Sinapses de Gaia] http://sinapsesgaia.blogspot.com/

<Comunidades>:
-------------------
(Escola de Redes [E = R]) http://escoladeredes.ning.com/  
(Românticos Conspiradores [RC]) http://romanticos-conspiradores.ning.com/

Antes de imprimir, pense em sua responsabilidade e compromisso com o MEIO AMBIENTE. 
Nossa Espécie (Homo Sapiens Sapiens Demens - Edgar Morin) Agradece!