sábado, 23 de novembro de 2013

Frases Anarquistas - Uma Sociedade Livre [sendo construída por] E [construindo] Pessoas Livres

A.2.16 O ANARQUISMO REQUER PESSOAS "PERFEITAS" PARA FUNCIONAR?
Não. A anarquia não é uma utopia, uma sociedade "perfeita". Será uma sociedade humana, com todos os problemas, esperanças e temores dos seres humanos. Os anarquistas não creem que os seres humanos têm que ser "perfeitos" para que a anarquia funcione. Somente necessitam ser livres.

Evidentemente, cremos que uma sociedade livre produzirá gente que estará muito mais afinada com sua individualidade, suas necessidades e as dos demais, o que diminuirá os conflitos individuais. As disputas restantes se resolveriam por métodos razoáveis, por exemplo, o uso de jurados, terceiros intermediários, ou assembleias comunais e nos locais de trabalho.

Como ocorre com o argumento "o anarquismo vai contra a natureza humana" (ver Seção A.2.15) os oponentes do anarquismo geralmente assumem gente "perfeita", como pessoas que não serão corrompidas pelo poder quando ocuparem posições de autoridade, gente que permanecerá estranhamente imune aos efeitos degradadores da hierarquia, do privilégio, etc. Contudo, os anarquistas não fazem tais exigências sobre a perfeição humana. Reconhecemos que investir poder nas mãos de uma pessoa ou de uma elite nunca foi uma boa ideia, uma vez que ninguém é perfeito e necessita prestar contas aos demais.

Cabe ressaltar que a noção de que o anarquismo requer um "novo" homem ou mulher é usada pelos "anarco capitalistas" de direita para desacreditar o verdadeiro anarquismo e justificar a permanência da autoridade hierárquica, em especial as relações capitalistas de produção. Todavia, um pouco de reflexão mostrará que suas observações desmentem suas próprias pretensões de serem anarquistas já que supõem, explicitamente, uma sociedade anarquista sem anarquistas! Não é exagero dizer que uma "anarquia" formada por gente que ainda necessita da autoridade e do estado de pronto se tornaria autoritária e estadista (i.e., não anarquista) mais uma vez.

E isso porque se o governo fosse derrubado amanhã, o mesmo sistema renasceria outra vez, pois "a força do governo se assenta não em si mesma, mas no povo. Um grande tirano pode ser um idiota em vez de um super homem. Sua força não reside em si, mas na superstição do povo que crê que o correto é obedecer. Enquanto existir essa superstição é inútil que venha um libertador para decapitar a tirania; o povo criará outra, posto que se acostumou a depender de algo fora de si mesmos." [George Barret Objections To Anarchism].

Em outras palavras, a anarquia necessita de anarquistas para ser criada e sobreviver. Mas, esses anarquistas não têm por que serem perfeitos. Simplesmente pessoas que se libertaram, por seus próprios esforços, da superstição de que as relações de mando - obediência são necessárias. A suposição implícita na ideia de um "novo" ser anarquista é que a liberdade será dada, não tomada; daí vem a conclusão evidente que uma anarquia que requeira seres "perfeitos" fracassará. Mas este 'arrazoamento' ignora a necessidade de auto atividade e auto libertação para criar uma sociedade livre.

Os anarquistas não deduzem que gente "perfeita" seja necessária, porque o anarquista não é um libertador com uma missão divina de libertar a humanidade, mas é parte dessa humanidade lutando e avançando em direção à liberdade.

"Então, se por algum meio externo pudesse ser dada ao povo, ou seja, uma Revolução Anarquista confeccionada, imediatamente a rechaçariam e reconstruiriam a antiga sociedade. Se, por outra parte, o povo desenvolvesse suas ideias de liberdade, e eles mesmos se desfizessem do último vestígio de tirania, o governo, então a revolução será levada a cabo permanentemente." [Ibid.].
{FONTE: Afinal, o que é que os anarquistas querem -http://www.reocities.com/projetoperiferia2/secA2.htm [REVISADO]}



Frases Anarquistas

Para saber mais:

Anarquismo - Pequena Introdução às Ideias Libertárias - Teotonio Simões
http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/anarquismo.html

Historia das ideias e movimentos anarquistas - Vol. 1
http://cob-ait.net/pdf/Historia%20das%20ideias%20e%20movimentos%20anarquistas%20-%20Vol.%201.pdf

Historia das ideias e movimentos anarquistas - Vol. 2
http://anarquismopiracicabaeregiao.files.wordpress.com/2010/02/historia-das-ideias-e-movimentos-anarquistas-vol-2-woodcock.pdf 

Anarquismo - Ordem construída por Consenso e não por Coerção - Alternativa aos Capitalismos (Corporações) de Estado (Comunismos / Ditaduras) ou de Mercado ('Ocidente')

"Eu quero todos nós lutando pelo que há de melhor no Anarquismo, não somente por nós mesmos mas de forma a construir uma sociedade livre, com indivíduos livres que o Anarquismo tão generosa e amorosamente luta para alcançar para todos.
 
Sim, o mundo está incrivelmente bagunçado; ao invés de se retirar, entretanto, é imperativo que avancemos em direção a uma "Comunidade de comunidades" igualitária."
 
 _________________________________________________
 "Mesmo quando eu amo o que faço, eu odeio o capitalismo"

"Não é como nos chamamos uns aos outros - anarquistas, socialistas, comunistas - que conta, mas como nos comportamos"

E, refletindo sobre a forma que os anarquistas escolhem agir, parece que existe algo de especial nela, apesar de todas as chances contra deste momento histórico: com empatia, tangivelmente dando de nós mesmos e fazendo-o nós mesmos, em direção a uma forma de organização social na qual será rotina agir de forma mutualista.

___________________________________________________
"Por espírito anarquista eu quero dizer daquele sentimento humano profundo, que busca o bem de todos, solidariedade e amor entre as pessoas, o que não é exclusivamente uma característica dos autodeclarados anarquistas, mas inspira todas as pessoas que tem corações generosos e uma mente aberta"
Errico Malatesta, Umanita Nova, 13/04/1922
 
__________________________
O que é o Anarquismo exatamente?

Muitas definições já foram feitas desde o surgimento da palavra como uma filosofia política distinta dentro da tradição revolucionária. Vamos tentar introduzi-lo com a vantagem de um ponto-de-vista do início do século XXI.

Em primeiro lugar, precisamos concordar que nossa humanidade está profundamente machucada pelo mundo alienado e controlado no qual habitamos. O Anarquismo defende que as pessoas seriam muito mais humanas sob relações e arranjos sociais não hierárquicos. A seguir, precisamos nos concentrar nas Éticas - os valores pertinentes a como os humanos conduzem a si mesmos - que tornam o Anarquismo uma sensibilidade política distinta. O Anarquismo serve como uma filosofia da liberdade, como uma consciência viva de que as pessoas e suas comunidades podem ser sempre melhores.

Em uma só sentença: o Anarquismo pode ser definido como uma busca/luta em direção a uma sociedade livre composta por indivíduos livres.

__________________________
"Harmonia… (é) obtida (através)… de livres acordos realizados entre vários grupos, territoriais e profissionais, livremente constituídos para o propósito de produção e consumo, e também para a satisfação da infinita variedade de necessidades e aspirações de um ser civilizado"
Piotr Kropotkin, "Anarchism", 1910
        Agradeço ao Rafael Reinehr, com quem tive o prazer de estar, presencialmente, na última semana, quando obtive minha cópia deste excelente texto, cuja leitura (terminada hoje) me lembrou que na base de todas as iniciativas que tem me cativado: Conhecimento Livre, Escolas Democráticas, Escola de Redes, Internetocracia, dentre outras, está a Filosofia do Anarquismo.
 
 
O Anarquismo e suas Aspirações
 
1ª edição – 100 páginas em edição de bolso
 


 


Um livro ao mesmo tempo conciso, profundo, fácil de ler e atualizado acerca das lutas libertárias nas primeiras décadas do século XXI.

Os apontamentos a seguir foram retirados do livro Anarchism and Its Aspirations de Cindy Milstein e são entremeados por reflexões e comentários de Rafael Reinehr.

O objetivo destes escritos é contribuir com a construção de um melhor entendimento do Anarquismo, construir um melhor Anarquismo e encorajar novos anarquistas bem como o surgimento destes. Espera-se que estes apontamentos acendam um debate sobre o que o Anarquismo poderia ser, em primeiro lugar porque queremos que sejamos efetivos – que vençamos – e isso envolve um diálogo crítico, construtivo e integral para nossa prática prefigurativa.

Com este livro, queremos estender uma mão compassiva e solicitar que você, quer seja velho ou novo no Anarquismo, fique por perto e ajude a acelerar os processos pelos quais estamos lutando.

Queremos todos nós lutando pelo que há de melhor no Anarquismo, não somente por nós mesmos mas de forma a construir uma sociedade livre, com indivíduos livres que o Anarquismo tão generosa e amorosamente luta para alcançar para todos.

Sim, o mundo está incrivelmente bagunçado; ao invés de se retirar, entretanto, é imperativo que avancemos em direção a uma “Comunidade de comunidades” igualitária.

Espero que ao final do livro tenhamos conseguido responder à pergunta: “Como é a sociedade que queremos?

E, inspirados pelo bom, verdadeiro e belo que o Anarquismo objetiva, contagiá-lo a feliz e ainda assim diligentemente abraçar – ou continuar a fazê-lo com renovado vigor – o espírito libertário do Anarquismo.

Anarquismo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Anarquismo (do grego ἀναρχος, transl. anarkhos, que significa "sem governantes",1 2 ou "sem poder"3 a partir do prefixo ἀν-, an-, "sem" + ἄρχή, arkhê, "soberania, reino, magistratura"4 + o sufixo -ισμός, -ismós, da raiz verbal -ιζειν, -izein) é uma filosofia política que engloba teorias, métodos e ações que objetivam a eliminação total de todas as formas de governo compulsório e de Estado.5 De um modo geral, anarquistas são contra qualquer tipo de ordem hierárquica que não seja livremente aceita 6 e, assim, preconizam os tipos de organizações libertárias baseadas na livre associação.

Anarquia significa ausência de coerção e não a ausência de ordem.7 A noção equivocada de que anarquia é sinônimo de caos se popularizou entre o fim do século XIX e o início do século XX, através dos meios de comunicação e de propaganda patronais, mantidos por instituições políticas e religiosas. Nesse período, em razão do grau elevado de organização dos segmentos operários, de fundo libertário, surgiram inúmeras campanhas antianarquistas.8 Outro equívoco banal é se considerar anarquia como sendo a ausência de laços de solidariedade (indiferença) entre os homens, quando, em realidade, um dos laços mais valorizados pelos anarquistas é o auxílio mútuo. À ausência de ordem - ideia externa aos princípios anarquistas -, dá-se o nome de "anomia".9

Há diversas escolas de pensamento e tradições de anarquismo, as quais não são mutuamente exclusivas.10 Cada vertente do anarquismo tem uma linha de compreensão, análise, ação e edificação política específica, embora todas vinculadas pelos ideais base do anarquismo. Correntes do anarquismo tem sido divididas em anarquismo social e anarquismo individualista, ou em classificações semelhantes..11 12

A maioria dos anarquistas se opõe a todas as formas de agressão, apoiando a autodefesa ou a não violência (anarcopacifismo)13 14 ; outros, contudo, apoiam o uso de outros meios, como a revolução violenta. Outro conceito, a propaganda pelo ato, apesar de ter tido um início violento, hoje em dia incorporou diversos tipos de ações não violentas.15

O anarquismo opõe-se ao comunismo porque não concebe que após uma revolução operária que ambos possam protagonizar seja implantado uma governação de um Estado por um partido político, mesmo que seja apenas numa primeira fase, mas que este deveria ser simplesmente abolido, no imediato e não mais tarde, e toda a propriedade passe imediatamente a ser gerida por "comissões de trabalhadores"16 .


Principais conceitos anarquistas

Princípio da não-doutrinação

Este conceito anarquista, embora não constitua a didática primária à compreensão libertária, é digno de uma abordagem rápida.
Os anarquistas acreditam no desenvolvimento heterodoxo do pensamento e do ideal libertário como um todo, não idolatrando nem privilegiando qualquer escritor ou teórico desta vertente de estudos.

Cquote1.svg
Toda a posição do anarquismo é completamente diferente de qualquer outro movimento socialista autoritário. Ela tolera variações e rejeita a ideia de gurus políticos ou religiosos. Não existe um profeta fundador a quem todos devam seguir. Os anarquistas respeitam seus mestres, mas não os reverenciam, e o que distingue qualquer boa compilação que pretenda representar o pensamento anarquista é a liberdade doutrinária com que os autores desenvolveram ideias próprias de forma original e desinibida.
Cquote2.svg
 

Anarquismo não é doutrina, não é religião, portanto não reverencia nenhuma espécie de livros ou obras culturais, nem linhas metodológicas rígidas, o que o definiria infantilmente enquanto ciência constituída. As obras concernentes ao anarquismo são, no máximo, fontes de experiências delimitadas histórica e conjunturalmente, passíveis de infinitas adaptações e interpretações pessoais.

Em síntese, o anarquismo é convencionado entre os libertários como sendo a emergência de um sentimento puro, sob o qual cada adepto deve desenvolver dentro de si mesmo o seu próprio instrumental intelectual para legitimá-lo e, mais do que isso, potencializá-lo abstracional e concretamente.

A revolução social

Na ótica anarquista, a revolução social consistiria na quebra drástica, rápida e efetiva do Estado e de todas as estruturas, materiais e não-materiais, que o regiam ou a ele sustentavam. Este princípio é primordial na diferenciação da vertente de pensamentos libertária em relação a qualquer outra corrente ideária. É a diferença básica entre o socialismo libertário e o socialismo autoritário.

Sob a ótica do marxismo, seria necessária a instrumentalização do Estado para a prossecução planejada, detalhada e gradativa da revolução, sendo instituída a ditadura do proletariado para o controle operário dos meios de produção até a eclosão do comunismo. Sob o ideário anarquista, a revolução deve ser imediata, para não permitir que os elementos revolucionários possam ser corrompidos pela realidade estatal. De acordo com os libertários, a ditadura do proletariado nada mais é do que uma ditadura "de fato", continuando a exercer coerção, opressão e violência sobre a sociedade. Por isso, segundo os libertários, a revolução social deve ascender o mais rápido possível à sociedade anarquista, ao comunismo puro, para, através dos princípios da defesa da revolução, não permitir a ressurreição do Estado.

Por fim, por intermédio do processo de destruição completa do Estado, sobre todas as suas formas, torna-se plenamente tangível a liberdade, podendo o sujeito renovar de forma efetiva os seus princípios e preceitos humanistas.

Humanismo

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.pngVer artigo principal: Humanismo
Nos meios anarquistas, de forma geral, rejeita-se a hipótese de que o governo ou o Estado sejam necessários ou mesmo inevitáveis para a sociedade humana. Os grupos humanos seriam naturalmente capazes de se auto-organizarem de forma igualitária e não-hierárquica, mediante os progressos originados pela educação libertária. A presença de hierarquias baseadas na força, ao invés de contribuírem para a organização social, antes a corrompem, por inibirem essa capacidade inata de auto-organização e por dar origem à desigualdade.

Desta forma, a partir da conscientização, aceitação e internalização da sua essência humana, ideia suprimida anteriormente pelo Estado, segundo os anarquistas, emerge naturalmente na sociedade humana o anseio pela ascensão da ideia-base de qualquer forma de vida real: a Liberdade.

Liberdade

A Liberdade é a base incontestável de qualquer pensamento, formulação ou ação anarquista, representando o elo sublime que conjuga de forma plena todos os anarquistas. Assim, entre os anarquistas, a Liberdade deixa apenas o plano abstracional (do pensamento) para ganhar uma funcionalidade prática, sendo o símbolo e a dinâmica do desenvolvimento humano real. Em outras palavras, o princípio básico para qualquer pensamento, ação ou sociedade ser definida como anarquista é que esteja imersa, tanto abstracionalmente (ideologicamente), quanto pragmaticamente (no âmbito das ações), no conceito de Liberdade. Liberdade física, de gênero, de pensamento, de ação, de expressão, de usufruto consciente dos recursos humanos, sociais e naturais, de negociação e interação, de apoio mútuo, de relacionamento e vinculação sentimental, de fé e espiritualidade, de produção intelectual e material e de realização coletiva e pessoal.

Para a encarnação da Liberdade, no entanto, é necessária a erradicação completa de qualquer forma de autoridade.

Antiautoritarismo

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.pngVer artigo principal: Antiautoritarismo

O Antiautoritarismo consiste na repulsa e no combate total a qualquer tipo de hierarquia imposta ou a qualquer domínio de uma pessoa sobre a(s) outra(s), defendendo uma organização social baseada na igualdade e no valor supremo da liberdade. Tem como principais, mas não únicos, objetivos a supressão do Estado, da acumulação de riqueza própria do capitalismo (exceto os Anarco-capitalistas) e das hierarquias religiosas. O Anarquismo difere do Marxismo por rejeitar o uso instrumental do Estado para alcançar seus objetivos e por prever uma Revolução Social de caráter direto e incisivo, ao contrário da progressão sócio-política gradual - socialismo - rumo à derrubada do Estado - comunismo - proposta por Karl Marx.

De acordo com a corrente de pensamentos libertária, a supressão da autoridade é condicionada pela ação direta de cada indivíduo livre, prescindindo-se completamente de qualquer intermediário entre o seu objetivo, enquanto defensor da Liberdade, e a sua vontade. O anarquista entende que "enquanto houver autoridade, não haverá liberdade".

Ação direta

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.pngVer artigo principal: Ação direta

Os anarquistas afirmam que não se deve delegar a solução de problemas a terceiros, mas antes, atuar diretamente contra o problema em questão, ou, de forma mais resumida, "A luta não se delega aos heróis". Sendo assim, rejeitam meios indiretos de resolução de problemas sociais, como a mediação por políticos e/ou pelo Estado, em favor de meios mais diretos como o mutirão, a assembleia (ação direta que não envolve conflito físico), a greve, o boicote, a desobediência civil (ação direta que pode envolver conflito físico), e, em situações excepcionais a sabotagem e outros meios coercitivos (ação direta com potencial violento).

No entanto, a Ação Direta, por si só, não garante a manutenção e a perpetuação das condições humanas básicas, tanto em termos estruturais, quanto no aspecto intelectual, necessitando de uma extensão operacional extensa e organizada a fim de fazer, da força humana global, uma só energia coletiva. Decerto, somente a solidariedade e o mutualismo máximos podem promover essa harmonia social.

Apoio mútuo

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.pngVer artigo principal: Apoio mútuo

Os anarquistas acreditam que todas as sociedades, quer sejam humanas ou animais, existem graças à vantagem que o princípio da solidariedade garante a cada indivíduo que as compõem. Este conceito foi exaustivamente exposto por Piotr Kropotkin, em sua famosa obra "Mutualismo: Um Fator de Evolução". Da mesma forma, acreditam que a solidariedade é a principal defesa dos indivíduos contra o poder coercitivo do Estado e do Capital.

Mas, para que a solidariedade se torne uma virtude "de fato" é necessária a erradicação de qualquer fator de segregação ou discriminação humanas. Com esse objetivo, o internacionalismo se firma enquanto o princípio proeminente da integração sociolibertária.

Internacionalismo

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.pngVer artigo principal: Internacionalismo

Para os anarquistas, todo tipo de divisão da sociedade - em todos os aspectos - que não possua uma funcionalidade plena no campo humano deve ser completamente descartada, seja pelos antagonismos infundados que ela gera, seja pela burocracia contraproducente que ela encarna na organização social, esterilizando-a. Logo, a ideia de "pátria" é negada pelos anarquistas.

Os libertários acreditam que as virtudes - bem como o exercer pleno delas - não devem possuir "fronteiras". Assim, acreditam que a natureza humana é a mesma em qualquer lugar do mundo, exigindo, independentemente do universo material ou cultural onde o ente humano esteja inserido , uma gama infinita de necessidades e cuidados. Em outras palavras: se a fragilidade do homem não tem fronteiras, por que estabelecer empecilhos ao seu auxílio?

Vale lembrar que o conceito libertário de internacionalismo se difere completamente do conceito que conhecemos - portanto, capitalista - de globalização. Globalização é a ampliação a nível mundial da difusão de produtos - ideológicos, culturais e materiais - de determinados segmentos capitalistas, visando à potencialização máxima da capacidade mercadológica dos agentes operantes - na maioria das vezes, as empresas e as grandes corporações -, sendo, para isso, desconsideradas parcial ou completamente todas as conseqüências humanas do processo, já que é a doutrina do "lucro máximo" que rege essas operações. Por outro lado, o internacionalismo, por se alijar completamente de todo o ideário capitalista, não possui nenhuma tenção lucrativa, capitalista, e não é permeado por estruturas privilegiadas de produção - como as indústrias capitalistas -, sendo regido pela solidariedade e mutualismo máximos.

Didaticamente, o internacionalismo pode ser definido como sendo a difusão global de "serviços" humanos, e a globalização como a difusão global de "hegemonias" mercadológicas.

Socialismo Libertário: uma ótica socialista e anarquista

Os anarquistas auto-denominados socialistas libertários vêem qualquer governo como a manutenção do domínio de uma classe social sobre outra. Compartilham da crítica socialista ao sistema capitalista em que o Estado mantém a desigualdade social através da força, ao garantir a poucos a propriedade privada sobre os meios de produção, mas estendem a crítica aos socialistas que advogam a permanência de um Estado pós-revolucionário para garantia e organização da "nova sociedade". Tal Estado, ainda que proletário, somente faria permanecer antigas estruturas de dominação de uma parcela da população sobre a outra, agora sob nova orientação ideológica.

Esta ótica defende um sistema socialista em que os meios de produção sejam socializados e garantidos a todos os que nela trabalham. Neste sistema, não haveria necessidade de autoridades ou governos uma vez que a administração da vida social, objetivando a garantia plena da liberdade, só poderia ser exercida por aqueles que a compõem e a tornam efetiva, seja na agricultura, na indústria, no comércio, na educação e outras esferas da sociedade.

A sociedade seria gerida por associações democráticas, formadas por todos, e agrupando-se livremente, ou seja, com entrada e saída livre, em cooperativas e estas em federações.

A tradição socialista libertária teve a sua origem entre os séculos XVIII e XIX. Talvez o primeiro anarquista (embora não tenha usado o termo em nenhum momento) tenha sido William Godwin, inglês, que escreveu vários panfletos defendendo uma educação sem a participação do Estado, observando que este tornava as pessoas menos propensas a ver a liberdade que lhes era retirada. O primeiro a se auto-intitular anarquista e a defender claramente uma visão socialista libertária, foi Joseph Proudhon.24 Mikhail Bakunin também foi um defensor do socialismo libertário, polemizando com Karl Marx e Friedrich Engels na primeira Associação Internacional de Trabalhadores (AIT). Mais tarde, apareceram importantes figuras do anarquismo, como Élisée Reclus, Piotr Kropotkin, Errico Malatesta e Emma Goldman, cujas ideias foram muito populares na primeira metade do século XX.

A sociedade anarquista

Educação avançada: a base da coexistência harmoniosa

A questão persecutória por excelência entre os anarquistas no decorrer da história é: como seria possível uma Sociedade Anarquista se cada ser humano pensa de uma forma diferente[carece de fontes?]? Não seria permeada por inúmeros conflitos, guerras, antagonismos?

A resposta a essa questão, defendida pela maior parte dos anarquistas[carece de fontes?], é a de que apenas o desenvolvimento virtuoso da educação (Pedagogia Libertária) – permeada pela autodidática, interesse natural, relativismo cultural e antidogmatismo – proveria as pessoas do desenvolvimento humano efetivo. Assim, embora os conflitos façam parte da Sociedade Anarquista – e a desenvolvam estruturalmente por essa relação dialética –, eles seriam transferidos do plano físico – como é o caso das guerras atuais – para o plano do diálogo – como prima a democracia direta –, sendo negociados de forma pacífica, consciente, racional e, acima de tudo, humana, já que o interesse, o calculismo, não estaria mais regendo as instâncias conflitivas. Em outras palavras, independentemente do resultado do embate, ninguém sairia em posição privilegiada[carece de fontes?].

Piotr Alexeevich kropotkin (1842 – 1921) defende que a Liberdade, em seu estado puro, em conjunto com a fraternidade, serviria como um verdadeiro "remédio" às pessoas, sanando os seus problemas mais nefastos, conseqüentemente, prescindindo-se de qualquer espécie de punição ou coerção. Esta ideia se aplica, num espectro mais amplo, até às questões relacionadas à existência de estruturas manicomiais, responsáveis, na sociedade capitalista, pelas torturas e maus-tratos aos estigmatizados pelo sistema como "doentes mentais".

Princípio da flexibilidade e naturalidade organizacionais

Os anarquistas, por intermédio da aceitação e compreensão da progressão materialmente dialética da história, em sua maioria, não acreditam que o estabelecimento de estruturas organizacionais rígidas possam promover um desenvolvimento humano efetivo. Assim, acreditam que a inflexibilidade organizacional - típica do sistema capitalista - termina por interferir deleteriamente, quando não suprimir, as faculdades individuais de cada ser humano. Por isso, os anarquistas acreditam que são as dificuldades e problemáticas humanas, materiais e sociais que devem prescrever o modelo temporário de organização, e não as inferências provenientes de abstrações técnicas. Em outras palavras, é a realidade concreta que deve definir as bases da organização da sociedade anarquista, em contrapartida com as situações imaginárias criadas pelos "técnicos", as quais, na maioria das vezes, tendem a ser manipuladas a favor de interesses parciais.

Com o objetivo de se potencializar de forma plena a coesão estrutural - material - necessária à Sociedade Anarquista, a fim de se promover a satisfação das necessidades humanitárias, houve a emergência do conceito de Federalismo Libertário.

Federalismo Libertário

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.pngVer artigo principal: Federalismo Libertário

Sendo uma ampliação funcional do princípio da "Ação Direta", o federalismo libertário é o meio de organização proposto pela maior parte das vertentes anárquicas[carece de fontes?], desenvolvido, no âmbito anarquista, pela primeira pessoa a se intitular “anarquista”: Pierre-Joseph Proudhon (1809 - 1865). Esse conceito consiste na subdivisão organizacional temporária ou permanente da sociedade libertária – em federações, comunas, confederações, associações, cooperativas, grupos e qualquer outra forma de conjugação da força operacional humana – para a maior eficiência das interações humanas, sociais. Por intermédio do federalismo, de cunho libertário, seria possível uma intervenção rápida e direta do homem frente às problemáticas emergentes na sociedade anarquista. Nesse aspecto, Piotr Alexeevich Kropotkin (18421921) aludia didaticamente às federações como sendo "botes salva-vidas": ágeis no auxílio e versáteis frente às condições ou necessidades adversas[carece de fontes?].

Evidencia-se que o conceito de federalismo, no campo libertário, transcende o conceito atual de federalismo que conhecemos, deixando de representar apenas as associações de grande escala para adentrar no âmbito pessoal, abrangendo, inclusive, as relações interpessoais. Desta forma, o federalismo libertário se firma enquanto a máxima coesão entre o homem e a satisfação proficiente de suas necessidades[carece de fontes?].

O federalismo libertário se difere do federalismo estatal - como o que vigora no Brasil - por não ser concebido em meio a nenhuma relação de submissão e por ser regido, em sua completude, pelas necessidades humanas. Seriam sempre as problemáticas que definiriam e prescreveriam a organização, e não os interesses, sejam eles coletivos ou pessoais.

Com efeito, vários anarquistas já propuseram modelos mais elaborados de organização, de plataformas organizacionais, mas, como é a conjuntura e a naturalidade que devem definir a organização numa sociedade anarquista, elas são consideradas inferências, projetos divergentes, porém, todos unificados pelo conceito uno do federalismo libertário. Em outras palavras, o federalismo libertário é tido enquanto o germe de qualquer organização anarquista.

Responsabilidades: individual e coletiva

Na sociedade anarquista, a questão da responsabilidade é persecutória em qualquer pensamento acerca das relações entre os seus integrantes. Didaticamente, ela é dividida entre responsabilidade individual e responsabilidade coletiva - ambas totalmente coesas na prática.

Pela primeira, compreende-se a consciência individual encarnada em qualquer ação empreendida pelo indivíduo, de forma pessoal, subjetiva - embora com vistas ao benefício do coletivo. Assim, o anarquista possui seus deveres e obrigações em relação a toda a sociedade, agindo sempre de forma a progredi-la por completo.

Pela segunda, é convencionada a consciência coletiva emergente a partir de qualquer ação exercida por determinada seção operacional - grupo, associação, federação, etc. Uma determinada seção é responsável - em sua integridade - pelas suas ações desenvolvidas, estando suscetível aos seus resultados e, conseqüentemente, às possíveis reformulações ou reorientações.
(...)

Anarquismo contemporâneo

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.pngVer artigo principal: Anarquismo contemporâneo

  

 

A famosa okupa perto de Parc Güell, vista de Barcelona. A ocupação foi uma parte importante do emergente movimento anarquista renovado da contracultura dos anos 1960 e 1970.

Uma onde de interesse popular no anarquismo ocorreu durante os anos 1960 e 1970 69 Em 1968, em Carrara, na Itália, a Internacional de Federações Anarquistas foi fundada durante uma conferência anarquista internacional na cidade por federações europeias já existentes da França, da Itália e a Federação Anarquista Ibérica, assim como a federação búlgara no exílio francês70 71 . No Reino Unido, a onda foi associada com o movimento punk rock, exemplificado por bandas como Crass e Sex Pistols.72 A crise de habitação e emprego na maior parte da Europa Ocidental levou à formação de movimentos de comunas e de ocupações como o de Barcelona. Na Dinamarca, uma base militar fora de uso foi ocupada e a Cidade Livre de Christiania, um local autônomo no centro de Copenhagen, foi declarada.

Desde essa onda de popularidade do anarquismo na metade do século XX,73 uma quantidade de novos movimentos e escolas de pensamento emergiram. Apesar de tendências feministas terem sempre sido uma parte do movimento anarquista na forma do anarcofeminismo, elas voltaram a vigorar com a segunda onda do feminismo nos anos 1960. O Movimento Afro-Americano de Direitos Civis e o movimento contra a guerra do Vietnã também contribuíram para a nova onda de anarquismo nos EUA. O anarquismo europeu do final do século XX teve muita da sua força vinda do movimento trabalhista, e ambos incorporaram o ativismo em prol dos direitos animais. O antropologista e o historiador anarquistas David Graeber e Andrej Grubacic têm posto uma ruptura entre gerações de anarquismo, com aqueles "que frequentemente ainda não se livraram dos hábitos sectários" do século XIX contrastados com os jovens ativistas que são "muito mais informados, por, entre outros elementos, ideias do conhecimento tradicional, feministas, ecológicas e contraculturais" e que, na virada do século XXI eram formados "em ampla maioria" por anarquistas.74

Perto da virada para o século XXI, o anarquismo cresceu em popularidade e como influência nos movimentos antiguerra, anticapitalistas e antiglobalização.75 Anarquistas tornaram-se conhecidos pelo seu movimento em protestos contra os encontros da Organização Mundial do Comércio, do G-8 e o Fórum Econômico Mundial. Alguma facções anarquistas nesses protestos estão envolvidos em manifestações, destruição de propriedades e confrontos violentos com a polícia, os quais são seletivamente retratados pela grande mídia como tumultos violentos. Essas ações são aceleradas por grupos de curta duração, sem liderança e anônimos conhecidos como black blocs; outras táticas de mobilização pioneiramente utilizadas nesta época incluem uso de fantasias e reuniões em grupos pequenos e o uso de tecnologias descentralizadas como a internet.75 Um dos marcos dessa época foram os confrontos ns Conferência da OMC em Seattle em 1999.75


 
 
 -- 

Atenciosamente. 
Claudio Estevam Próspero 
__________________________________
http://sinapsesgaia.blogspot.com/ (Blog: Sinapses de Gaia) 
http://mitologiasdegaia.blogspot.com/ (Blog: Mitologias de Gaia)
http://criatividadeinovao.blogspot.com/ (Blog: Criatividade e Inovação)
http://redessociaisgovernanaliderana.blogspot.com/ (Blog:Governança e Liderança em Redes Sociais)
http://reflexeseconmicas.blogspot.com/ (Blog: Reflexões Econômicas)
http://poltica20-yeswikican.blogspot.com/ (Blog: Política 2.0 - Yes, WIKI CAN)
**  http://automacao-inteligencia-organizacional.blogspot.com.br/ (Blog: Automação e Inteligência Organizacional)
http://www.portalsbgc.org.br/sbgc/portal/ (Comunidade Gestão Conhecimento)